O palhaço Tiririca, eleito deputado federal pelo PR com 1,3 milhão de  votos, admitiu que não redigiu sozinho a declaração à Justiça Eleitoral  na qual afirma ser alfabetizado. Em sua defesa, entregue segunda-feira  ao juiz Aloísio Silveira, da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Francisco  Everardo Oliveira Silva, Tiririca, alega que sua mulher o ajudou a  escrever o documento. 
Segundo ele, os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar.
A confissão de Tiririca confirma laudo do Instituto de  Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício  Antonio Ribeiro Lopes. Peritos do IC concluíram que "o autor dos  manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela  que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração". 
No dia 1º  deste mês, o promotor apresentou à Justiça pedido de cassação do  registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e  ideológica.
Também embasam a defesa de Tiririca laudos e pareceres de fonoaudiólogos  e psicólogos. As opiniões dos especialistas contratados pela defesa  analisam suposta dificuldade de dicção dele  e seus reflexos, além de  tratar sobre as consequências que a origem familiar humilde teve em sua  formação educacional. 
Assim que receber os autos do Ministério Público, o juiz deve decidir se  absolve Tiririca sumariamente ou se inicia a fase de instrução do  processo.