Mais do que caldo de batata, impossível!
O anúncio da saída do Vice-prefeito de Pau dos Ferros, Fabrício Torquato, dos quadros do PMDB está sendo vista como uma perca irreparável para o partido no âmbito local.
Não é para menos, afinal, Fabrício representava uma promessa de renovação para um partido desgastado na sua imagem em nível local, principalmente porque nos últimos anos ficou dividido entre a suprema vontade dos filiados ligados ao Vice-prefeito e, as manobras políticas do ex-deputado Elias Fernandes que tentou de todas as formas delimitar os espaços do odontólogo na sigla.
Na verdade, a saída de Fabrício do PMDB está muito ligada a realização por parte de Elias Fernandes - que mantém estreitas relações com o presidente estadual da sigla, Henrique Alves - de um desejo pessoal do seu filho, no caso, o atual deputado estadual Gustavo Fernandes.
É que na aliança formalizada em 2008 do partido com os democratas - visando as eleições municipais - ficou definido que o vice sairia da sigla peemedebista em um processo de escolha interno. Só que na época o preferido dos convencionais para a indicação foi Fabrício em uma disputa direta com Gustavo, que não aceitou a suprema vontade democrática dos filiados e resolveu "chutar o balde", ou seja, romper com o próprio partido e apoiar a chapa adversária encabeçada pelo médico Nilton Figueiredo.
Para explicar melhor... Gustavo Fernandes ficou chateado porque foi preterido pelos convencionais do próprio partido e, resolveu vingar-se de Fabrício apoiando uma chapa contrária a que o PMDB tinha homologado em convenção democrática.
De acordo com alguns analistas, a atitude de Gustavo foi extremamente pessoal e não levou em consideração o desejo da maioria dos convencionais do partido, o que acabou gerando uma infidelidade partidária de Gustavo e Elias que subiram em um palanque oposto ao que foi escolhido pela agremiação em convenção.
Após a derrota nas eleições o desejo de "vingança" por parte de Gustavo e Elias só aumentou. Houveram diversas retaliações dentro do partido, inclusive culminando com a dissolução do diretório local que elegeu Fabrício presidente da sigla em uma convenção realizada no ano de 2009.
Diante de tamanhas perseguições dentro do partido que atuou durante 12 anos, Fabrício Torquato, candidato natural do grupo situacionista a suceder o prefeito Leonardo Rêgo no próximo ano, resolveu deixar o partido para ser devidamente valorizado em uma nova sigla, afinal de contas, qual o partido que não gostaria de ter em seus quadros um Vice-prefeito com chances reais de assumir o comando do executivo no próximo ano, hein?
Creio que o PMDB - através das manobras maquiavélicas dos seus caciques - errou feio ao dar importância aos caprichos políticos de um dos seus integrantes, que tudo o que queria era satisfazer um desejo pessoal de "vingança", para amargar a saída de um dos seus mais ilustres filiados.
O PMDB pau-ferrense que já teve um prefeito comandando este município - no período entre o ano de 1993 a 1996 – no caso, o médico Aliatá Chaves de Queiroz, poderá passar mais alguns anos em uma longa fila de espera para conseguir eleger outro prefeito, pois ao meu ver, Fabrício seria o único dentro da sigla com reais chances de conseguir o feito, tendo em vista que é o candidato natural para suceder o prefeito Leonardo Rêgo com o apoio total do grupo situacionista e, conta com grande respaldo popular devido ao seu trabalho realizado na secretaria de saúde do município.
Além de todos estes fatos já mencionados, some-se a isso uma debandada em massa de cerca de 200 filiados - pessoas ligadas a Fabrício - que deixarão o partido em breve em solidariedade ao Vice-prefeito.
Não restam dúvidas de que as manobras de Elias Fernandes e Gustavo - com aval de Henrique - para "queimar" Fabrício respingará em cheio no próprio partido, que a partir de agora terá que procurar fortalecer-se, ou melhor..."juntar os cacos".
Como diria um bacurau amigo meu: "Se Aluízio Alves ainda fosse vivo, sentiria vergonha do que ele mais amava, o próprio partido".
Tenho dito.