Apesar das várias denúncias de irregularidades, o PSD do prefeito Gilberto Kassab conseguiu seu registro definitivo na Justiça Eleitoral, o que garantirá a participação da nova legenda nos pleito municipal de 2012. Com isso, o tabuleiro político do país sofrerá fortes abalos.
O DEM, partido considerado como o grande inimigo da nova legenda, será o mais afetado. Saiba porque logo abaixo:
Perda de salas e cargos em Brasília
O presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia, já avisou que o registro legal da nova sigla exigirá mudanças na Casa. Os democratas perderão salas, cargos e comissões, ou seja, ficarão mais mirradinhos.
O PSD deve subtrair 17 dos 44 deputados do DEM. Dessa forma, os democratas perderão o direito ao espaço privilegiado que têm hoje para as salas de sua liderança (ao lado da presidência da Câmara) e parte das vagas para os assessores.
Segundo Marco Maia, será preciso “achar um espaço adequado para o PSD dentro da casa”, já que o novo partido “chega forte, provavelmente com mais de 50 deputados”.
A mudança deve desesperar os democratas, sempre tão fisiológicos. A eventual redução da presença física do DEM dentro da Câmara será um dos sinais mais visíveis da desidratação do partido depois da criação do PSD. Legenda derivada da antiga Arena e do PFL, o Democrata passa por um momento de fragilidade.
Prejuízos no cenário nacional
O baque não será sentido apenas em Brasília, no centro do poder político. Em vários estados, o DEM simplesmente desaparecerá, perdendo governadores, senadores, deputados federais e estaduais e vereadores. Em Santa Catarina, por exemplo, a tragédia é total.
Na capital paulista, o PSD do prefeito engoliu a maior parte da bancada dos democratas e ainda garfou alguns tucanos. A nova sigla já surge como a segunda maior bancada da Câmara Municipal. Sete vereadores assinaram a “declaração de intenção de filiação”, documento que passará a ter valor legal quando o PSD for registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com isso, o partido de Kassab empata com o PSDB como a segunda maior bancada na Câmara de vereadores paulista, e só fica atrás da do PT, que possui 11 vereadores.
Mudança de nome e de perfil
A decadência do DEM explica a histeria de suas lideranças, com discursos hidrófobos contra o governo Dilma.
O partido já estuda mudar novamente de nome (já foi Arena, PDS e PFL – e até fala em adotar um perfil mais conservador). Alguns dos seus expoentes não escondem a simpatia pela Tea Party, a seita de extrema-direita dos EUA.
A dúvida é se o partido, expressão maior do fisiologismo e do patrimonialismo na política brasileira, resistirá à acelerada perda de espaços.
Força no Rio Grande do Norte
Por enquanto, o DEM continua firme e forte aqui no Estado. Pois além de contarem em seus quadros com o peso político da governadora, Rosalba Ciarlini, do senador Agripino, do deputado Felipe Maia, a legenda conta ainda com vários prefeitos, vereadores e lideranças estaduais importantes.
Mas... Mas...
Nunca é demais lembrar que o vice-governador, Robinson Faria, que comanda o PSD no RN, foi praticamente defenestrado do grupo governista pelo senador Agripino justamente por causa do novo partido e isto poderá gerar um sentimento de revanchismo por parte do ex-presidente da Assembléia e, neste caso...
O "troco" de Robinson Faria seria tentar minguar ainda mais a legenda democrata, desta vez, em nível estadual.
Como disse um amigo meu esses dias pelas ondas do rádio: "É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar."