A defesa da prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), sustenta que o 
pedido de afastamento apresentado pelo Ministério Público estadual 
contém erros técnicos que justificam a revisão da decisão do Tribunal de
 Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). 
Ontem (31), o desembargador 
Amauri Moura Sobrinho determinou que Micarla fosse afastada do cargo e o
 atual vice-prefeito, Paulinho Freire (PP), empossado imediatamente.
	“Já preparamos a defesa e vamos pedir ainda hoje ao desembargador 
que ou reconsidere a decisão ou encaminhe o assunto para análise da 
Câmara Municipal”, disse o advogado Paulo Lopo Saraiva à Agência Brasil. 
Saraiva adiantou que, se necessário, vai recorrer ao Supremo Tribunal 
Federal (STF) para garantir que a prefeita afastada tenha a chance de se
 defender, evitando o prejulgamento. O advogado garante que, além do 
pedido de revisão da sentença, pedirá que se extingua o segredo de 
Justiça do processo. 
	Segundo o advogado, Micarla foi afastada do cargo sem ser ouvida. 
“Um flagrante desrespeito à Constituição, pois ela não foi citada e não 
teve garantido o amplo direito à defesa. Os indícios apontados pelo 
Ministério Público estadual são frágeis, insuficientes, se for 
considerado o princípio da presunção de inocência”, disse. “O pedido de 
afastamento da prefeita Micarla teria que ser apreciado pela Justiça 
Eleitoral que é quem tem competência para julgar quem exerce um mandato 
político”, argumentou o advogado.
	O pedido de afastamento da prefeita, julgado procedente ontem, foi 
apresentado em 11 de outubro pelo Ministério Público do Rio Grande do 
Norte, que aponta fortes indícios do envolvimento dela nos fatos 
investigados pela Operação Assepsia. 
Deflagrada em 27 de junho, a 
operação investiga fraudes na contratação de organizações sociais para 
administrar unidades de saúde em Natal. Posteriormente, os contratos 
entre a prefeitura e essas entidades foram anulados.
Da Agência Brasil 
