Trazendo a pauta para o cenário estadual, no que se refere às eleições de 2018, vislumbra-se um cenário que começa a se mostrar favorável para a senadora Fátima Bezerra (PT), que poderá ser candidata ao Governo do RN adotando uma postura de contraponto à gestão "capenga" do atual governador Robinson Faria (PSD).
Embora seja cedo, tanto para conjecturarmos uma iminente ascensão de Fátima Bezerra quanto uma possível derrocada irreversível da situação político-administrativa de Robinson Faria, é cada vez mais crescente a tese de que o currículo da senadora petista possui todos os requisitos para ser absorvido pela população como uma espécie de 'antítese' às práticas do atual mandatário do Executivo potiguar.
Até pelo fato de ter rompido com a atual gestão logo nos primeiros meses, Fátima vem consolidando um discurso forte de oposição, contrastando com a postura passiva de outros políticos do estado que, em tese, também poderiam ser taxados como oposicionistas, caso não estivessem caladinhos ante os vários desmandos no RN.
Em verdade, observa-se que, num terceiro plano, os principais representantes das famílias Alves e Maia, que dominaram por longos anos a política estadual, estão sucumbindo perante a opinião pública, principalmente em virtude das denúncias de corrupção que colocam em xeque a credibilidade de velhos caciques filiados ao PMDB e DEM.
Deste modo, creio que uma polarização entre Fátima e Robinson é bastante provável, no segundo turno da disputa estadual futura, já que, apesar de ambos enfrentarem dificuldades para viabilizarem suas postulações, nenhum dos dois está com a imagem tão arranhada quanto os integrantes das oligarquias Alves e Maia, seja por suspeitas de corrupção ou desgaste temporal.
Todavia, sejamos francos: muita coisa ainda tem para acontecer até o pleito do próximo ano. Portanto, até para que futuramente não possamos incorrer no "pecado" da contradição, friso que esta é uma análise inevitavelmente variável, podendo ou não sofrer alterações, conforme o desenrolar dos acontecimentos.
Parafraseando Magalhães Pinto, as nuvens que cobrem o céu da política são imprevisíveis.
Então, aguardemos com cautela.