Os deputados que formam a base do Governo do PT, claro, optaram pelo discurso fácil de evitar contrariar a Chefe do Executivo estadual que, em verdade, é quem tem o poder para solicitar aos integrantes da polícia de trânsito para amenizarem as abordagens durante a pandemia, haja vista a grave crise financeira que tem impedido os condutores mais humildes de legalizarem seus veículos, principalmente as pessoas que moram na zona rural.
Em sua fala, o deputado Nelter Queiroz (MDB) relatou o exemplo do prefeito de Tenente Laurentino, Inácio Macêdo (PL), que afirmou ao membro do legislativo potiguar que o município estaria sofrendo toda semana com a polícia de trânsito apreendendo motos. Ele também mencionou outros gestores do estado que reclamam da situação.
"Eu gostaria que o tratamento não fosse permanentemente prendendo as motos só porque estão atrasadas. Deem uma oportunidade, eduquem, orientem. Vocês não imaginam quanto faz falta esse instrumento de trabalho para carregar o leite, a ração. O homem do campo não está podendo pagar esse documento agora", declarou Nelter Queiroz.
O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM), por sua vez, reforçou a necessidade de discutir a questão da apreensão das motos no interior do estado. "Os apelos ainda não foram ouvidos pelo Governo do Estado e a governadora está sendo considerada a traidora do RN. A maioria das motos são irregulares mesmo e vale destacar que o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran) está fechado em várias regiões. Inclusive, na hora que se fecha vários Detrans, aglomera nos que estão abertos", apontou.
Por fim, o parlamentar do DEM fez um apelo para que o líder do Governo leve o assunto para ser discutido com a governadora Fátima Bezerra (PT).
"A gente espera do líder do governo, Francisco
do PT, que faça da sua função um instrumento de convencimento do
Governo. Estão parando a economia rural. Em dia de feira, ninguém está
indo porque os amarelinhos estão por lá. Falta ao atual governo um
sentimento de piedade", complementou Getúlio Rêgo.