sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Morre Orestes Quércia aos anos 72 anos

Morreu nesta sexta-feira, aos 72 anos, o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. A informação foi confirmada pelo Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde o político estava internado no para tratamento de um câncer de próstata. 

Um dos principais líderes do PMDB, partido que ajudou a fundar, Quércia retirou sua candidatura ao Senado nas eleições deste ano após receber, em setembro, o diagnóstico da volta do tumor que havia sido tratado há mais de 10 anos. Casado com a médica oftalmologista Alaíde Cristina Barbosa Ulson Quércia, o político teve cinco filhos. 

Trajetória política
 
Nascido em 18 de agosto de 1938, em Pedregulho, no interior de São Paulo, Orestes Quércia se mudou ainda jovem com a família para Campinas, onde se formou em Jornalismo, Direito e Administração de Empresas. Filho de Otávio Quércia e Isaura Roque Quércia, ele iniciou sua trajetória política em 1962 como vereador pelo Partido Libertador. Foi eleito deputado estadual em 1966 pelo MDB e prefeito de Campinas em 1968 pelo mesmo partido. 
 
Após fazer seu sucessor na prefeitura de Campinas, Quércia venceu em 1974 a disputa ao Senado Federal. Em 1982, foi eleito vice-governador de São Paulo pelo PMDB (ex-MDB) na chapa de André Franco Montoro. Participou do movimento das "Diretas Já" e da campanha que elegeu Tancredo Neves à Presidência da República, em 1985, com a redemocratização. 

No mesmo ano, Quércia se casou com a médica Alaíde Cristina Barbosa Ulson e, em 1986, se tornou governador do Estado paulista, na gestão que privatizou a companhia aérea Vasp. Com bons índices de aprovação, o político conseguiu eleger em 1990 o seu sucessor, Luiz Antônio Fleury Filho, que ocupava o cargo de secretário da Segurança Pública. 

Quércia enfrentou denúncias de irregularidades e abuso de poder na administração e na gestão de negócios do Banespa (antigo Banco do Estado de São Paulo). Além das acusações, o baixo desempenho de Fleury como governador também enfraqueceu sua liderança política. Disputou e perdeu a corrida presidencial, em 1994, o governo estadual, em 1998 e 2006, e o Senado, em 2002. 

Em 2008, o peemedebista apoiou a campanha do atual prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, e, em 2009, foi reconduzido à presidência do Diretório Estadual do PMDB em São Paulo. 

Em 2010, Quércia fechou aliança do PMDB regional com o PSDB para apoiar as candidaturas de Geraldo Alckmin ao governo paulista e de José Serra à presidência, contrariando a orientação nacional de seu partido em torno da campanha de Dilma Rousseff ao Planalto. 

Após o diagnóstico da volta de um tumor, ele retirou a candidatura ao Senado para iniciar um tratamento contra a doença. A sua renúncia beneficiou o tucano Aloysio Nunes (PSDB), que foi eleito ao Senado por São Paulo junto de Marta Suplicy (PT).