terça-feira, 7 de julho de 2020

Cartilha da Corregedoria de Justiça vai ajudar cartórios a efetivar política de regularização fundiária urbana.

Um instrumento para auxiliar os cartórios de registro de imóveis do Rio Grande do Norte em seu papel na aplicação da Lei de Regularização Fundiária Urbana. Este é o objetivo da Cartilha "Regularização Fundiária Urbana" lançada na tarde da última segunda-feira (06) pela Corregedoria Geral de Justiça, em videoconferência com a participação de representantes de 14 serventias e de entidades governamentais envolvidas no esforço para regulamentar milhares de unidades habitacionais no estado. O documento traz esclarecimentos didáticos e modelos práticos para auxiliar a atividade registral.

"A regularização fundiária urbana tem como escopo legitimar a posse ou propriedade de imóveis na área urbana edificados em desacordo com a lei, constituindo-se num verdadeiro processo de transformação com vistas à promoção do direito social à moradia, reduzindo as desigualdades com ênfase na efetivação da verdadeira função social da propriedade", destacou o corregedor geral, desembargador Amaury Moura, na abertura do evento.

O magistrado lembrou a realidade brasileira, na qual cerca de 85% da população vive em núcleos urbanos, mas onde a maioria dos imóveis não é regularizada, o que impede o exercício pleno do direito à moradia, uma vez que não há segurança na posse do bem e seu valor de mercado é bastante reduzido.

Para enfrentar esse cenário, foi editada a Lei Federal nº 13.465/2017, que tem por objetivo aprimorar a política de regularização fundiária urbana (Reurb), prevendo mecanismos e ferramentas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais para a ordenação territorial e titulação de seus ocupantes.

E as serventias de registro de imóveis têm papel fundamental em algumas dessas etapas de regularização, o que foi ressaltado pelo corregedor, pedindo o engajamento e colaboração de todos os registradores, os quais contam agora com "um material de fácil leitura, acessível a todos, integrado com modelos que podem ser bastante úteis para a prática cotidiana do registro imobiliário".

A cartilha é produto de um grupo de trabalho instituído pela Corregedoria e que envolveu ainda a Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano (CEHAB), a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte (Funcern), a Associação de Notários e Registradores (Anoreg/RN) e o Ministério Público Estadual.

Outro resultado do grupo foi a edição, em fevereiro, do Provimento nº 198/2020 para regulamentar os procedimentos a serem observados pelos cartórios do RN.