terça-feira, 6 de abril de 2021

Não pague plano funerário, Prefeitura de Pau dos Ferros está disposta a pagar R$ 1.263.000,00 com caixões e serviços de translado de defuntos.

Um pregão inusitado ocorrido em março deste ano, mas com resultado final divulgado no Diário Oficial do Município, nesta segunda-feira (05), revela que a Prefeitura de Pau dos Ferros não está preocupada só com os munícipes vivos; também reserva uma grande atenção para os futuros mortos.

A questão é que, estranhamente, uma única empresa participou do pregão que, segundo a legislação brasileira, deveria ter sido divulgado amplamente em jornais de grande circulação e sites com público considerável. 

Apesar disso, o que outras pessoas estão comentando é o montante estimado que a Prefeitura de Pau dos Ferros poderá pagar em caixões funerários e translado de defuntos: R$ 1.263.000,00 (Um Milhão, Duzentos e Sessenta e Três Mil Reais)

Para alguns o mau agouro é injustificável devido ao baixo número de óbitos no município desde o início da pandemia (13 mortos), ainda mais considerando que o contrato tem duração de apenas um ano.

O verbo "defuntar", como definiu certa vez a morte o escritor português José Saramago, está em alta em Pau dos Ferros ou, pelo menos, é o que aparenta "preocupar" a prefeita Marianna Almeida (PSD).

Memória Viva

Quando comecei a escrever essa postagem, me veio na lembrança um grande sucesso das novelas globais: 'O Bem Amado', escrita por Dias Gomes. 

Pois bem, naquela obra de ficção (exibida em 1973), a cidade de Sucupira era administrada pelo prefeito Odorico Paraguaçu (interpretado pelo ator já falecido Paulo Gracindo), que desejava inaugurar o cemitério da cidade, mas, ironicamente ninguém morria. Na trama, ele mesmo foi o primeiro a ser enterrado, após ser assassinado.

Mundo Real

O que a teledramaturgia ou até mesmo a arte tem a ver com a administração pública? 

Quase nada, se não existissem ocasiões em que os atos praticados por políticos vivos apresentam certos exageros que, guardadas as proporções entre a ficção e realidade, mais parecem a repetição de exageros que, de forma alguma, podem ser considerados como aceitáveis em tempos de crise econômica.

Apesar de lamentarmos profundamente os que se foram e, também, sermos solidários com os parentes das vítimas de Covid-19, por mera sorte a pandemia não tem causado um impacto absurdo no número de óbitos em Pau dos Ferros.

Mesmo assim, tenho a sensação que uma estimativa tão alarmante ou superdimensionada de gastos da prefeitura com futuros possíveis mortos causam "arrepios no corpo" e "calafrios na espinha" de quem tem pavor à morte e outras coisas estranhas nos dias atuais.

Sai pra lá, mau agouro...

O sangue de Jesus Cristo tem poder!