Deputados criticam postura do Governo do Estado com relação à crise financeira.


Os deputados estaduais criticaram a maneira como vêm sendo conduzidas as finanças do Rio Grande do Norte. Após as explanações do secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, na manhã desta quinta-feira (10), os parlamentares questionaram as medidas adotadas para equilibrar as contas públicas e cobraram maior participação nas decisões.

O secretário Gustavo Nogueira foi à Assembleia para apresentar o balanço das contas do Governo do Estado aos deputados estaduais integrantes da Comissão de Finanças. Os dados são referentes ao último quadrimestre de 2014, quando o Estado era governado por Rosalba Ciarlini, e ao primeiro quadrimestre deste ano, sob a chefia de Robinson Faria. De acordo com o secretário, o desequilíbrio financeiro, com dívidas que chegaram a R$ 1,5 bilhão, ainda não foi equacionado.


De acordo com informações publicadas na Tribuna do Norte, o deputado José Dias (PSD) destacou que a unificação dos Fundos Previdenciário e Financeiro, apesar de ter sido uma decisão difícil, possibilitou que o Rio Grande do Norte não ficasse numa situação similar à enfrentada hoje pelo Rio Grande do Sul, que atrasa ou divide em parcelas o pagamento de servidores. Porém, o parlamentar disse que não compreende os motivos pelos quais o Governo do Estado anuncia superávit na arrecadação de impostos próprios e ainda enfrenta problemas na equalização das contas.

"É preciso que os projetos do Governo sejam feitos com profundidade técnica e não na base da 'gambiarra'", disse o deputado, usando como exemplo a possibilidade de uso dos depósitos judiciais para pagar as contas do estado.

O deputado Tomba Farias (PSB) frisou que o Governo atual teve uma grande oportunidade com a unificação dos Fundos e aprovação da contratação do empréstimo junto ao Banco do Brasil. Dison Lisboa (PSD), por sua vez, disse que os deputados deveriam ser ouvidos pelo Executivo quando medidas importantes na área financeira fossem tomadas.

"O Governo do Estado precisa ouvir mais a Assembleia Legislativa antes de decidir sobre temas que envolvam contratações de crédito e uso de recursos estaduais, como o Funfir e depósitos judiciais", sugeriu.

Por outro lado, o deputado Getúlio Rêgo (DEM) acusou o Governo do Estado de estar preocupado em manter a manchete positiva de uma administração técnica, "mas a realidade não condiz com o discurso".