VEJA – Durante a semana, o PMDB anunciou a formação de um superbloco na Câmara. Como o senhor e o PT receberam essa notícia?
Deputado Cândido Vaccarezza – "Nós fomos surpreendidos. Mas o PMDB não formou o bloco. Para isso, o bloco precisa ser formalizado com a assinatura dos deputados ou dos líderes dos partidos, o que não aconteceu. Na realidade, eles manifestaram uma intenção sem consultar as bancadas dos próprios partidos. É muito mais um sentimento, assim como a explicação que eles deram para nós, de proporcionar um entendimento entre eles do que um bloco para agir na Câmara ou no governo. Para você fazer esse tipo de coisa precisa ter, além da intenção, condições para fazer e eles não tiveram".
VEJA - Mas a tentativa de formação do superbloco não foi uma canelada no PT?
Dep. Vaccarezza - "As disputas e caneladas vão existir, mas vamos trabalhar para não fazer disso um racha na base aliada. Não podemos admitir que o governo Dilma seja tutelado por blocos ou por grupos. A Dilma é a presidente, vai ter apoio do PT e deve ter também o apoio da base para formar o seu governo. Nossa relação [PT e PMDB] precisa ser mais de afinidade do que de articulações de última hora".
VEJA - O senhor se decepcionou com o Michel Temer com essa atitude?
Dep. Vaccarezza - "O Temer falou para mim que não tinha conhecimento desse bloco e que foi uma decisão parlamentar. Ele não pode ser responsabilizado pela movimentação aqui na Câmara. Não houve decepção".
VEJA - O PT sabe mostrar os dentes se precisar?
Dep. Vaccarezza - "Nós mostramos (os dentes). Mas eu acho que até um mau acordo é melhor do que uma boa briga. E é por isso que prefiro sempre fazer acordo".
De Robson Pires.