O rei gostava de experimentar a sabedoria dos seus súditos, o grau de disponibilidade deles e as suas habilidades para conseguir o que lhes era pedido. Mas gostava também de aprender com todos eles e assim, tornar-se cada vez mais sábio.
Um dia chamou um dos seus servidores e disse-lhe:
– Traze-me a coisa melhor que encontres no meu reino.
Passado pouco tempo, o servidor voltou com uma língua numa bandeja de ouro.
– Majestade – disse – a língua é a melhor coisa. Com ela se louva a Deus, os namorados declaram o seu amor, os sábios revelam sua sabedoria, os políticos fazem a paz, as famílias recuperam a harmonia; com a língua cantam as façanhas de vossa majestade, e com sua língua vossa majestade nos dá as suas sábias instruções.
Ao ouvir isto, o rei ficou cheio de curiosidade por saber o que de pior havia nos seus domínios.
Num tempo recorde, o criado voltou. E oh! surpresa! desta vez também trazia uma língua.
– Majestade, a língua maldiz Deus, perturba ou destrói o amor das pessoas, cria ódios e desconfianças, fere, incita ao crime e até mata. Com a língua destrói-se muito do que vossa majestade faz de bom.
O rei convenceu-se com as razões apresentadas pelos seus servos e ficou muito contente com a sabedoria deles.
Moral da História:
A língua não pesa quase nada, mas são poucos os que conseguem segurá-la.