A política e a memória curta do eleitor


É notório que a maioria dos políticos conta com a já famosa memória curta do eleitor brasileiro para casar e batizar.

Pesquisas realizadas logo após as eleições indicam sempre que a maioria dos eleitores não se lembra em quem votou. 

Como a maioria não lembra nem em quem vota, imaginem o percentual daqueles que efetivamente acompanham o desempenho de seus candidatos.

O desinteresse do eleitor é o combustível que alimenta a mediocridade e o pior dos males políticos, a corrupção. 

Fossem os eleitores vigilantes e mais criteriosos em suas escolhas, certamente, teríamos representantes políticos mais comprometidos com o bem estar da sociedade.

Mas o que tem acontecido a cada eleição?

Corruptos, celebridades apalermadas, asnos e analfabetos funcionais que servem de massa de manobra aos “espertos”, elegem-se como verdadeiros fenômenos eleitorais, enfim, a máxima do deputado Tiririca de que pior não ficaria, como até ele sabe, é falsa. 

É uma legislatura pior que a outra.

Quem ganha com isso?

O governo que não tem que se preocupar com o importante papel fiscalizador que deveria exercer o legislativo e, principalmente, prospera o “ajuntamento de ladrões” que se locupletam com os recursos públicos.

Quem perde?

A sociedade. Pode-se até imaginar que a situação está melhorando, principalmente, quando se considera, tão-somente, os resultados econômicos. Quando se olha com maior cuidado, quando se busca a essência do processo, percebemos que a fragilização de instituições como o Congresso Nacional ou, de maneira mais perigosa ainda, do Poder Legislativo, não resultará em nada auspicioso para a sociedade.

É até engraçado quando estas figuras são desnudadas por programas humorísticos. O desconhecimento de quase tudo, inclusive a função legislativa, deveria nos alarmar e, ato contínuo, fazer-nos buscar as ruas como faz a juventude nos países do Oriente Médio.

A preservação do ambiente institucional é condição indispensável para o desenvolvimento. Destruí-lo interessa apenas aos oportunistas que colocam seus interesses acima de quaisquer coisas.

E estes senhores sabem que não sobreviveriam num cenário de maior desenvolvimento. 

Preferem e sempre preferirão o crescimento “vôo de galinha”, assim, poderão continuar vendendo promessas vãs aos apalermados de sempre.