“Quem não se comunica, se trumbica”, já profetizava o Velho Chacrinha, um dos maiores comunicadores de nosso país.
E pois não é que de tanto prenunciar a mídia brasileira, recheada de competentes profissionais do marketing, ela se especializou na boa propaganda, ganhando inclusive, prêmios internacionais!
Logo se esperava que o marketing não demoraria muito para chegar também em nossa classe política. Pronto. A solução para perpetuação no poder estava posta, contando com o desconhecimento do eleitor e a boa imagem vendida do político local, o que se pudesse fazer para identificar o gestor à sua administração deveria ser feito.
Nesse caminho existem vários exemplos do passado, como slogans que traziam a letra inicial do Prefeito, símbolos com caricaturas do “chefe” e até sobrenome de Prefeito que servia como lema de gestão.
Se a canção diz que “no Ceará não tem disso não”, o que é pouco provável nesse tema, aqui no Rio Grande do Norte reinava a promoção pessoal dos caciques políticos!
Não se vai lá muito tempo, chegava-se a encontrar ambulâncias com "símbolo e lema" já personalizados e ainda escrevia-se: "adquirida na gestão de Fulano", era uma festa só. Aliado a essa aberração, podia-se ainda detectar frases do tipo: "apoio do Deputado Sicrano ou do Senador Beltrano", pense...
Agregando a essa festa toda, tivemos ainda muitas praças, ruas e, especialmente, Ginásios de Esporte com nomes de Governadores, Prefeitos... Isso é que é ser "impessoal"!
O grande marco para acabar com a festança foi a nossa Constituição Federal promulgada em 1988, que até possibilita a propaganda institucional, mas não a pessoal.
Realmente, a distância entre ambas é gritante, pois a propaganda institucional tem por única finalidade divulgar os atos e as realizações da Administração, de maneira objetiva, sempre priorizando o dever de bem informar o povo dos negócios públicos, dando transparência ao uso dos recursos.
A promoção pessoal, ao contrário... Visa tão somente enaltecer o “chefe”, isso às custas do dinheiro público.
Por essa razão a Constituição da República estabeleceu em seu artigo 37, § 1º: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Mas sinceramente falando, será que os políticos atuais deixaram de confundir o poder pessoal com o institucional?
Se observarmos bem... Não!
Tem prefeito "espertinho" por aí... Utilizando ações institucionais da prefeitura para camuflar a sua promoção pessoal, realizada de uma maneira tão descarada que as vezes chego a imaginar que neste certo lugar não existe oposição.
Até quando teremos que conviver com este tipo de político, que pensa ter sido eleito para um cargo vitalício?
Quem comete este tipo de crime está se aproveitando de maneira vergonhosa da condição de gestor, para se apoderar de recursos públicos indevidamente e o mais grave, transformando-os em objetos de facilitação para uma promoção pessoal com fins meramente eleitoreiros.
Aí eu pergunto: Estaria o Ministério Público fazendo vista grossa para este tipo de crime, que estaria sendo cometido contra a Administração pública numa cidade aqui da região?
Se a justiça só age quando provocada, por quê ninguém ainda se manifestou contra tamanha aberração neste certo município aqui da região?
Agora, um recado para os bajuladores de plantão: uma coisa é ser aliado político, outra coisa é concordar com atos ilícitos cometidos por pessoas que deveriam prezar pelo zelo no trato com a coisa pública.
Seria muito prudente para estes gestores, que insistem em utilizar os atos institucionais como um meio mais barato para fazer sua promoção pessoal, se abandonassem logo a ideia de confundir o público com o privado, caso contrário...
Terão sérios problemas com a justiça!
Quem avisa...