Nos últimos anos, tangidos tal qual gado pelos peões da nossa política "sebosa", já assistimos de tudo o que é possível no reino que chafurda na esbórnia.
Escorados em leis que os acobertam, os políticos "traquinos" dificilmente ou impossivelmente (se isto é possível) são atingidos por qualquer falcatrua (nem o raio que os parta os atingem) que cometam.
Assim, ficando impunes fazem "gato e sapato" do apalermado auditório, que assiste a tudo impassível no camarote dos deficientes mentais (alienados), conforme deliberaram os "senhores da lei" ao longo de décadas. Na última década essa canalhice atingiu o seu ápice.
Os "ladrões de consciência" que mandam e desmandam na insonsa população, disputam uma primazia, nem sempre surda, pela autoria das maiores patifarias, dos mais soberbos golpes, das mais indigestas corrupções. É uma ferrenha liça que só chega ao conhecimento da população, quando extravasa na mídia investigativa.
Nós da imprensa que acompanhamos a cretinice praticada pelos contendores, somos obrigados a admitir que a disputa é acirrada.
"Beelezebufo", "Jezabel", "Boneco de Olinda", "Papagaio de Pirata" e outros são insuperáveis, tanto que um passa o pé no outro e ocorrem os arrufos entre eles, mas logo, para tranquilidade geral da conta bancária (deles), os ânimos se acalmam.
Corriqueiramente, os atritos ocorrem, mas são questiúnculas internas, acusações por inveja, por despeito e outras menos importante, mas nada que abale a estrutura construída na base do "rabo preso", ou seja, nenhum fala do outro, pois poderá ser falado por outro e o outro por um, e assim por diante.
Portanto, para que seja mantido o equilíbrio da canalhice, sempre existe um limite nas acusações.
Podemos perceber, pela união entre os embusteiros, que os corruptos são solidários, pelo menos nas vantagens.
Podemos perceber que quando um companheiro de algum cai em desgraça, pois foi tão cara-de-pau que o seu furo foi intapável, e por isso ele é afastado da corriola, a sua despedida é a de um ente queridíssimo, de um luminar atingido pela falsidade dos inimigos dele, ou mesmo do poder, que ele tão dignamente representava ou compartilhava.
Seria inimaginável pensar em afastá-lo, caso algo constrangedor fosse descoberto, sem uma polpuda aposentadoria, não é verdade?
Quanto ao Rei, este está acima, pelo menos dos homens, e como os homens fazem as leis, ele está acima de ambos.
Por isso, o Rei pode emprestar, doar, perdoar dívidas, decretar áreas a seu bel prazer, pode nomear especialistas da pilantragem, pagar indenizações para aliados que mais parecem terroristas, liberar criminosos de mesma ideologia, contratar obras sem licitação que não sofrerão fiscalização, criar comissões, desmoralizar instituições... Enfim, pode tudo.
Não somos pessimistas, mas como meros butins na surreal disputa, alguns temem que nada sobrará na terra arrasada, que é o campo do indigesto confronto dos picaretas.
Até o presente, os especialistas em analisar o Modus operandi de regimes ditatoriais avaliam que o Rei está com vários corpos na frente, pouco faltando para a desmoralização dos demais, quando será proclamada a sua vitória nesta disputa pelo o poder e decretado o início de uma tirania institucionalizada.
Finalmente, se a canhalhice é flagrante em algum integrante da equipe, ela é visível e atende ao conjunto, e mesmo caindo em desgraça ou mesmo chegando a ser afastado, a regra básica é a de que nenhum será condenado. Em hipótese alguma.
Que saudade dos tempos de justiça...