Nélter Queiroz: "Governadora tem que mudar esse tipo de gestão".


Ausência de políticas públicas contra o aumento da violência; hospitais superlotados, desabastecidos e com equipamentos deficientes; morte do rebanho bovino e caprino, falta de água no interior do Estado. 

O quadro de calamidade por que passa o Rio Grande do Norte seria fruto do modelo de gestão adotado pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que privilegia a sua participação pessoal em solenidades em detrimento de maior dedicação a reuniões de planejamento e soluções administrativas. "Rosalba tem que mudar esse tipo de gestão", alerta o deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB).

O presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PMN), declarou nesta terça-feira que o governo precisa apressar as mudanças que pretende imprimir à administração, visando alavancar o governo, que vem sendo reprovado pela população, segundo pesquisas de opinião publicadas no começo deste ano. Para Nélter Queiroz, "o governo está sabendo. Ricardo Motta falou. O governo tem que mudar esse tipo de gestão".

Os exemplos de não resolutividade de problemas setoriais que descambam na incompetência administrativa são inúmeros, segundo o deputado, que citou apenas dois, da área de recursos hídricos. Ele conta que, para conseguir locar um poço, há mais de um mês vem conversando com o titular da pasta, Gilberto Jales. "Há um mês o secretário me prometeu e até hoje não deu nenhuma satisfação. Garantiu que ia perfurar e locar. Mas não saiu do canto", exemplifica.

Nélter cita ainda outro caso de solicitação de instalação de um poço num local que já está perfurado, desta feita um pleito de dois anos atrás. "Cansei de pedir ao governo há dois anos, para instalar esse poço, que já está perfurado. O governo conhece e não resolve", diz. "O secretário Gilberto Jales é atencioso, pessoa boa, confirmou que a governadora autorizou 200 poços, mas não resolve", diz Nélter.

Para Nélter Queiroz, além de fazer funcionar os serviços básicos, o governo precisa também ter bastante criatividade. Nessa ordem, diante da falta de recursos públicos, ele sugere que Rosalba negocie com a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça a devolução provisória de recursos via orçamento para fazer o enfrentamento no período da calamidade. Na sua avaliação, a quantidade de poços que o governo pretende instalar está abaixo da necessidade.

Ainda no tocante à seca, Nélter criticou Rosalba afirmando que, quando ela assumiu o governo, criticou a antecessora Wilma de Faria, por ter deixado quase 1000 poços perfurados. 

"Rosalba criticou a incompetência de Wilma não ter instalado, e ela com mais de 2 anos, não instalou. Pela o amor de Deus, é burocracia, máquina pesada, pode ser. Mas o interior está praticamente dizimado, é a seca, é o aperto fiscal, são as blitz, ninguém pode sair de casa para canto nenhum. As feiras estão se acabando, o gado morrendo. O governo tem que partir para conseguir ração, para ver se escapa o rebanho. Que o governo abra a caixa preta, mostre para as instituições, e consiga esses recursos", finalizou.

Do Jornal de Hoje