A melhor defesa não é o ataque, é a crítica. Pelo menos, foi essa a
tática utilizada pelos advogados de defesa de Rosalba Ciarlini (DEM) para, já nas
alegações finais, livrá-la de uma eventual condenação na Justiça
Eleitoral por usar a máquina pública estadual em benefício dos
candidatos Cláudia Regina (também do DEM) e Wellington Filho (PMDB).
Segundo informações publicadas no Jornal de Hoje, a defesa de Rosalba Ciarlini utilizou a própria falta de
popularidade da governadora na cidade, onde ela foi prefeita por três vezes,
para dizer que não teria como ela exercer uma influência "tão forte". Além disso, foi criticado o fato de Rosalba estar no processo, a impossibilidade
dela se defender, a falta de provas e a tramitação no processo.
De acordo com os advogados da Governadora, "cabe demonstrar que a publicidade negativa contra Rosalba Ciarlini em
todo o Estado era infinitamente superior às ínfimas publicidades
institucionais veiculadas pelo Poder Executivo".
É importante lembrar que o processo que tramita no Tribunal, apesar de
ter o nome de "recurso", não é referente a nenhuma condenação anterior
de Cláudia Regina (já foram duas este ano). Também não tem relação com a
a decisão do TRE que, na semana passada, confirmou a cassação da
prefeita Mossoró, ocorrida em março. Faz referência sim a diplomação da
prefeita antes mesmo que qualquer uma das mais de 10 ações contra ela
tivesse sido julgada na zona eleitoral.
O juiz eleitoral Verlano Medeiros, relator do RCED, acredita que o
recurso poderá ser levado a julgamento no pleno do Tribunal nos próximos
dias. Caso se confirme a condenação a Cláudia Regina e a Wellington
Filho, os dois poderão ser afastados imediatamente da gestão e haverá
uma nova eleição na cidade.
Para Rosalba, como litisconsorte passivo,
não poderá haver a cassação do mandato dela, mas sim a inelegibilidade
dela por participação em crime eleitoral. (CM)