Reforma em secretariado do Prefeito Fabrício Torquato é vista como manobra atenuante para fiasco administrativo em Pau dos Ferros.


Sabedor que conta apenas com nove meses (período de gestação de um menino) para tentar convencer a população de que merece permanecer por mais quatro anos à frente da Prefeitura de Pau dos Ferros, o prefeito Fabrício Torquato (PSD) deverá utilizar todos os mecanismos que dispõe para, pelo menos, atenuar o fiasco administrativo de sua gestão.

Uma das manobras estudadas, segundo dizem os puxa-sacos virtuais, seria a efetuação de uma reforma em seu secretariado contemplando as pastas mais criticadas pela população. Neste caso, fica até difícil apontar especificamente quais são tamanha a revolta popular generalizada.

Contudo, na minha opinião, a realização de simples mudanças no primeiro escalão da municipalidade não resolverá a situação política e tampouco administrativa do Chefe do Executivo se não forem ofertadas as mínimas condições de trabalho (autonomia) para os possíveis novos auxiliares.

Além disso, sendo verdade que o gestor pau-ferrense irá promover uma exoneração coletiva em sua equipe administrativa, alguns entendem que tudo não passaria de uma estratégia para tentar transferir e imputar culpabilidade exclusiva aos que estariam sendo defenestrados da municipalidade, mesmo que o anúncio das saídas acontecessem sob as justificativas mais elegantes e, aparentemente, plausíveis.

Por outro lado, necessitadíssimo de apoio político para viabilizar a sua pré-candidatura à reeleição, talvez, a mudança no alto escalão seja a solução para Fabrício Torquato conquistar de vez o apoio do médico Nilton Figueiredo (PMDB), que está inelegível, mas, de acordo com levantamentos internos que a cúpula governista conhece, ainda é a segunda liderança política do município, apesar de possuir um índice bem aquém do primeiro colocado, no caso, Leonardo Rêgo (DEM).

Desta forma, o famoso "toma, lá, dá cá", prestigiaria os asseclas de Nilton Figueiredo que, por sua vez, serviriam como uma espécie de "bengala política" ao dar suporte ao projeto do alcaide pessedista e, consequentemente, o adiamento da derrocada do gestor.

Independentemente da concretização dessas especulações, neste momento, um fato apresenta-se como inquestionável: partindo do pressuposto de que "em time que está ganhando não se mexe", a simples admissão da necessidade de mudanças no quadro de secretários é o mesmo que assinar um atestado de que as coisas não estão dando certo, ao contrário do que insistem em propagar, fantasiosamente, alguns apaniguados da comunicação falada e escrita.

Parafraseando um velho adágio popular: se mexer o bicho pega, se não mexer o PMDB (complete a frase mentalmente)...

E o relógio não pára! Tic, tac, tic, tac, tic, tac...