Major Sales: Em entrevista, Dedezinho fala com otimismo sobre disputa eleitoral e diz que está preparado para retomar o comando do Município.

Na manhã deste domingo (05), conversei com o pré-candidato a prefeito de Major Sales pelo grupo oposicionista, Carlos José Fernandes (PSD), durante um encontro casual no Rota Café, em Pau dos Ferros.

Dedezinho, como é mais conhecido o ex-prefeito, administrou Major Sales por dois mandatos consecutivos (período 1997-2004), tendo sido o primeiro prefeito constitucional do município. Salientamos que foi durante sua gestão que a cidade alcançou o protagonismo no cenário regional, desbancando inclusive vários municípios importantes da região. Agora, Carlos José Fernandes está de volta à cena política como pré-candidato e, segundo ele, pronto para retomar o comando do Poder Executivo major-salense. 

Vale relembrar que, antes de retornar ao cenário político de Major Sales, Dedezinho esteve no comando da prefeitura de Luís Gomes, mas, no ano de 2011, após um desentendimento com o médico Pio X Fernandes, renunciou ao cargo alegando a existência de uma série de dificuldades, sobretudo no seio familiar, que o impediam de ficar à frente da prefeitura, "passando o bastão" para o então vice-prefeito, médico Tadeu Nunes, filho da terra.

Mais experiente e aparentando bastante entusiasmo quanto às eleições de outubro, Carlos José Fernandes se mostra otimista para a batalha eleitoral que se avizinha, quando enfrentará o atual prefeito Thales Fernandes (PMDB), candidato à reeleição. 

Confira abaixo, os principais trechos de nossa conversa:

Porque você decidiu retornar à cena política de Major Sales como pré-candidato a prefeito especificamente agora em 2016, sendo que este retorno poderia ter ocorrido ainda no ano de 2012, logo após ter renunciado ao comando da Prefeitura de Luís Gomes?

Veja bem, quando eu renunciei ao comando da Prefeitura de Luís Gomes eu divulguei uma carta deixando clara a minha decisão em virtude de problemas familiares, fruto de incompatibilidades geradas por quebras de acordos anteriormente firmados em nosso grupo político, porém, este assunto está superado e hoje eu vivo outra realidade. Mas, naquele instante eu entendia que precisa evitar conflitos maiores. Então, eu renunciei e entreguei a Prefeitura ao meu vice, que inclusive é filho da terra. Quanto a não ter entrado no embate eleitoral de 2012 lhe digo que, apesar de existir um clamor em torno do nosso nome desde aquela época, resolvi atender a um pedido de minha mãe que estava bastante preocupada com tudo o que estava acontecendo no seio familiar. Entretanto, nunca me ausentei de Major Sales, continuei visitando os amigos e tomando conhecimento dos problemas da cidade e foi justamente isso que me fez voltar. Mesmo estando na cidade comecei a ouvir das pessoas: você precisa voltar! Você tem que Voltar! Você merece voltar! Então, incentivado pelo povo eu decidi que é a hora de voltar.

Recentemente a sua pré-candidatura recebeu apoios importantíssimos. Foram dois vereadores do PMDB e, também, destacando em especial, as adesões dos ex-vice-prefeitos Biri e Damiana. Qual a importância da chegada desses novos aliados neste momento de construção de um projeto político?

A primeira parceria política importante que fizemos foi com o jovem médico Alan Fernandes, nosso pré-candidato a vice-prefeito. Se trata de um rapaz aguerrido, excelente profissional da medicina em ascensão, grande figura humana, é filho da terra e, portanto, tem um futuro promissor pela frente. Já Biri foi prefeito de Luís Gomes, vereador por três mandatos, vice-prefeito de Major Sales por dois mandatos durante nossa gestão, assim como a senhora Damiana também foi vice-prefeita do município por dois mandatos, chegando a assumir a prefeitura interinamente. Então, acredito que os apoios de Biri e de Damiana foram bastante significativos, assim como, também, dos vereadores Pedoca e Netinho do PMDB que abraçaram a nossa causa e vieram se juntar ao vereador Romário de Lima (PSD).

Ainda dentro deste mesmo tema, pergunto: podem vir novas adesões por aí?

Não podemos fazer mais revelações agora. A única coisa que posso dizer é que o nosso grupo já está trabalhando para a chegada de dois novos apoios de peso e que, sem dúvidas, vai dar muito o que falar na cidade.

Logo após o anúncio de sua pré-candidatura, tomamos conhecimento que seus adversários começaram a persegui-lo e a fazer chacota nas redes sociais. Inclusive, o prefeito Thales teria menosprezado a força de seu nome numa emissora de rádio local, apesar de ter administrado Major Sales por dois mandatos. O que você tem a dizer sobre isso?

Esse é o retrato de quem menospreza o cidadão, pois, sou major-salense e ele deveria me respeitar até pelo fato deu ter sido o primeiro prefeito constitucional do município. Acho que por mais que o atual gestor tenha divergências comigo ou medo, talvez ele tenha medo de mim, deveria pelo menos respeitar a história da cidade já que não consegue me respeitar. Ele faz parte de uma gama de pessoas que num passado não muito distante me comparava a Juscelino Kubitschek, mas depois que virou meu adversário mudou da água para o vinho. Eu respeito a figura dele como prefeito, é uma autoridade por enquanto. Apesar de saber que ele será por pouco tempo, mas eu respeito, ele ainda é o prefeito da cidade. Mas isso faz parte do histórico de perseguição deles, estou acostumado.

Como você avalia a gestão do prefeito Thales Fernandes?

Acho que uma administração requer muitos requisitos, não se limita somente a construir obras, porque se assim fosse a nota que eu daria para ele seria zero, já que ele não construiu nada sempre apresentando a crise que assola o país como justificativa. Gestão também não é só pagar o funcionalismo em dia porque isso é obrigação. Eu acho que em cidades do interior, cidades pequenas como Major Sales, o que vale é a proximidade com o povo, o contato direto com o cidadão, coisa que o prefeito atual não faz, pelo contrário, vive encastelado, não se senta numa mesa de bar porque acha que lá só tem bêbado, não enxerga o dono do estabelecimento como um pai de família, não vai numa praça com receio de alguém pedir alguma coisa e não anda na periferia. Ele é bem diferente de mim porque eu ando na periferia, nos bares, nas praças, jogo futebol com a turma e meu estilo sempre foi esse. Por isso ele está sentindo toda essa pressão agora porque o povo me conhece e tem livre acesso a mim.

Você já tem um projeto administrativo pronto para Major Sales, a partir de janeiro de 2017, caso ganhe a eleição?

Nós temos um grupo de amigos bastante capacitados discutindo os problemas da cidade e, ao mesmo tempo, procurando elaborar propostas viáveis e factíveis para inserir em nosso programa de governo nas mais diversas áreas. Até o final de junho estaremos com o nosso plano de governo em mãos e, depois da convenção, eu e Dr. Alan iremos registrá-lo em cartório. Levaremos esse documento com todas as nossas propostas nas visitas domiciliares para apresentá-las ao cidadão. Por exemplo, é inadmissível que uma cidade como Major Sales esteja com a prefeitura abarrotada com funcionários comissionados e contratados sem o gestor atentar para a necessidade da realização de concurso público. Um assunto como esse merece ser discutido com a população. Assim como também a realização de promessas sem cabimento como a que foi feita no pleito passado de que se construiria uma piscina olímpica no município é um tremendo absurdo, e devemos esclarecer isso ao povo.

Para finalizar, você filiou-se ao PSD, mesmo partido do governador Robinson Faria. O governo do Estado será parceiro de sua gestão?

Teremos sim a parceria do Governo do Estado, inclusive o governador Robinson Faria fez questão que o diretório municipal do PSD ficasse sob o controle do nosso grupo político, na pessoa do Dr. Júnior Fernandes. O governador se comprometeu com parcerias futuras para o nosso município e disse que virá a Major Sales pedir o voto da população para o nosso projeto político.

Uma última pergunta: Dedezinho já está em Major Sales em caráter definitivo? Está pronto para a batalha eleitoral?

Sim, estou pronto, decidido, preparado, é um sonho meu e tudo isso se deve ao chamamento das vozes que vem das ruas. A voz do povo é a voz de Deus.