Editorial: Convenção que homologou candidatura à reeleição de Fabrício Torquato foi marcada por discursos de baixo nível e ausência de propostas.

Continua repercutindo e muito nas esquinas e calçadas de Pau dos Ferros o baixo nível dos discursos proferidos por alguns oradores que foram escalados para falar durante a convenção do Partido Social Democrático (PSD), realizada no último domingo (31), na Escola Estadual 4 de Setembro, que homologou a candidatura à reeleição do prefeito Fabrício Torquato (PSD).

Demonstrando que não estavam muito preocupados com a apresentação de propostas de trabalho para o desenvolvimento do município, tanto Fabrício Torquato quanto parte de seus apoiadores proferiram discursos de nível rasteiro, repletos de palavreados chulos, inclusive, tratando adversários com expressões que beiram a conotação sexual, apesar da presença de idosos, mulheres e crianças no local.

O festival de esculhambações contrariou bastante a postura que o gestor municipal vinha tentando repassar à população, pois, até pouco tempo, Fabrício adorava posar de "bom moço", "humilde" e "respeitador", mas, agora, ante a proximidade do pleito de outubro, o alcaide resolveu apelar à baixaria verbal ao invés de adotar um comportamento mais propositivo, nem que fosse apenas para manter uma conduta aceitável em cima do palanque.

Ademais, ao permitir abusos verborrágicos com a utilização de jargões pornográficos e insultos desmedidos, Fabrício nivelou a sua pré-campanha por baixo, detalhe: estratégia que sempre demonstrava repudiar antes de se aliar aos seus atuais correligionários, sendo que ele mesmo taxou publicamente um dos tais como "ficha suja por várias frentes".

Mas, tamanho erro grosseiro poderá custar caro para o grupo situacionista, já que as expressões impublicáveis pronunciadas durante a convenção do PSD ainda repercute negativamente nos quatro cantos da cidade, sobretudo pelo repúdio dos cidadãos de bem que reprovam a busca "canibalizada" pelo voto.

O que eu acho mais absurdo é que ainda tem pessoas que defendem esse estilo medieval de fazer política. Na verdade, se alguns eleitores passassem a exigir propostas ao invés de dar trela às acusações e ataques ferozes, essa eleição seria de melhor nível e, consequentemente, o debate seria outro.

No fim das contas, a postura dos candidatos passa sempre pelo entendimento dos eleitores. Quem se agradar das baixarias vai continuar a presenciá-las. Já os que desejam mais sensatez e equilíbrio buscarão afastar-se delas.

Assim como cada pessoa só costuma oferecer o que tem, existem aqueles que só recebem o que realmente querem.

Nesta "via de mão dupla", o eleitor é quem decide por onde quer "trafegar".