Editorial: Garibaldi assumiu presidência do "velho" PMDB potiguar, mas Henrique continuará influenciando partido mesmo dentro da prisão.

Visivelmente desanimado (as imagens dizem tudo), o senador Garibaldi Filho assumiu a presidência do PMDB no Rio Grande do Norte em convenção realizada na sede do partido, em Natal, na manhã desta sexta-feira (20).

Apesar do esforço de algumas lideranças presentes no evento para sinalizar a chegada de "novos ventos" soprando em favor da agremiação no estado, na prática, a realidade aponta para um cenário de desgaste junto ao eleitorado potiguar, sobretudo em razão do envolvimento de seus principais "caciques" em escândalos de repercussão nacional.

A própria ascensão de Garibaldi Filho ao cargo de presidente é reflexo do abalo sofrido nas hostes peemedebistas em razão da prisão do ex-deputado federal Henrique Alves, que encontra-se preso na Academia de Polícia Militar do RN em virtude da constatação de sua participação em vários ilícitos com recursos públicos.

Verdade seja dita, até mesmo o prestígio do senador Garibaldi junto à população já não é mais o mesmo. Nesta semana, ao manifestar voto favorável pela absolvição do senador Aécio Neves (PSDB/MG), o primo de Henrique demonstrou que age com protecionismo em relação aos colegas, independentemente das condutas abomináveis praticadas. Tal postura questionável gerou uma avalanche de críticas nas redes sociais, detalhe: às vésperas de um ano eleitoral.

Desta forma, entendo que, apesar da tentativa dos peemedebistas de repaginar o partido com o comando sendo entregue à Garibaldi Filho, que ninguém se engane, será uma tarefa muito difícil amenizar a rejeição popular da agremiação, ainda mais se Henrique Alves continuar sendo encarado nos bastidores como o "presidente de fato", como asseguram alguns.

Afinal, como o eleitor vai confiar nos membros de um partido que continua tendo suas principais decisões influenciadas por um presidiário? Eis a questão.

O povo que aguente? Não é bem assim.