Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do RN cobra reforma urgente no Centro de Queimados do Hospital Walfredo Gurgel.


O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, único no Rio Grande do Norte, corre o risco de perder sua condição de alta complexidade. A alerta foi dado durante uma visita conjunta realizada nesta quinta-feira (21) pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do RN, representada pelo deputado Dr. Kerginaldo (PL), e diversos representantes de entidades médicas e de saúde.


A vistoria foi convocada pelo coordenador do CTQ, Marco Almeida, que destacou a situação crítica do setor, com problemas estruturais, assistenciais e de recursos humanos. Inaugurada em 2006, a unidade, antes referência em excelência, agora opera em condições precárias. "O setor, pela sua especialidade, deveria funcionar com portas fechadas, mas está escancarada. Essa realidade é incompatível com o que deveria ser. Essa reforma não é mais negociável, a situação é uma atrocidade assistencial", afirmou Almeida.

Durante a visita, a precariedade da unidade foi confirmada por pacientes e profissionais. A enfermeira Paloma Rayssa Galdino, que teve 60% do corpo queimado, cobrou diretamente do secretário de Saúde, Alexandre Motta, empenho na recuperação do hospital. Karine, ex-Miss Natal, que foi vítima de violência doméstica, também reforçou a importância de um serviço especializado e de qualidade para vítimas como ela.

O deputado Dr. Kerginaldo expressou sua indignação com a situação. "São heróis. Estou impressionado. As condições são humanamente impossíveis", disse ele, prometendo lutar e cobrar agilidade na licitação para a obra. A necessidade de uma solução imediata também foi reforçada pelos presidentes do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, do Conselho Regional de Medicina, Marcos Antônio Jácome, e do Conselho Regional de Enfermagem, Edígio Júnior, que alertaram sobre o risco de interdição da unidade.

Em resposta, o secretário Alexandre Motta informou que o governo pretende contratar profissionais de nível superior até novembro, com um cadastro de reserva de até dois mil trabalhadores. Sobre a reforma, ele explicou que a empresa contratada não cumpriu o contrato e, para acelerar as obras, o Estado optou por um processo de dispensa de licitação, que está em andamento desde abril. O secretário ressaltou, no entanto, que o processo precisa respeitar a legalidade.

A precarização do CTQ, que atende pacientes da rede pública e privada de todo o estado, ameaça a continuidade de um serviço vital, historicamente reconhecido por sua qualidade.