Um "Milagre" em 24 horas: JMT Service quita dívidas salariais após manifestação em frente ao Hospital Regional de Pau dos Ferros, evitando crise para o Governo em ano pré-Eleitoral.


Na última sexta-feira (26), o Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade (HRCCA) foi palco de uma cena que se tornou, lamentavelmente, um clássico do serviço público terceirizado: a manifestação de funcionários da empresa JMT Service, que presta serviços terceirizados ao Governo do Estado, por salários atrasados – agosto, setembro, mais vales-alimentação e férias pendentes. A situação, em si, já é um retrato da precariedade com que a máquina estatal, por vezes, trata seus trabalhadores essenciais.


Mas, eis que surge a mágica. A pressão, devidamente amplificada pela imprensa local - acionada pelos próprios servidores que, claramente, já sabem que a via burocrática normal é quase uma miragem no deserto - fez o dinheiro brotar.

Em menos de 24 horas, no último sábado (27), a "pendência" foi sanada. O dinheiro, que antes parecia intocável, caiu na conta, e o movimento grevista foi, de pronto, encerrado. O mais importante aconteceu: os servidores receberam o que lhes era de direito.

Essa rapidez, contudo, é a nota mais irônica e crítica dessa história. Não houve sequer uma nota de esclarecimento ou um pedido de desculpas oficial que justificasse o atraso ou explicasse a súbita aparição dos fundos. É o silêncio eloquente que diz tudo. A solução veio, não pela moralidade ou eficiência administrativa, mas pelo barulho.

A proximidade do pleito do ano que vem é o catalisador que transforma a letargia burocrática em eficiência relâmpago. Nenhum governante deseja manchetes negativas sobre trabalhadores de hospitais essenciais em seus holofotes pré-campanha. O medo da imagem manchada opera mais rápido que qualquer senso de responsabilidade fiscal.

Resta a torcida, e a preocupação, para que essa eficiência eleitoreira não se dissipe no dia seguinte à votação, deixando os servidores à mercê de problemas piores e novamente silenciados. Que o dinheiro "mágico" não se torne fumaça depois que as urnas forem fechadas.