A decisão do ministro Luiz Fux de adiar para 2030 a redistribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados foi um balde de água fria colossal nas ambições políticas.
Havia uma verdadeira euforia, um intenso movimento de bastidores que previa um aumento na representação de diversos estados, como o Rio Grande do Norte, onde a bancada federal saltaria de 8 para 10 e a estadual de 24 para 30.
Essa expectativa injetou ânimo em um vasto leque de personagens: ex-deputados que não se reelegeram, vereadores com planos de voo, e até os atuais deputados estaduais, muitos dos quais já estavam prontos para disputar uma vaga federal, deixando espaço para as "chapas B" – esposas, irmãos e aliados próximos.
Existia, inclusive, planos avançados para a criação de "dobradinhas" eleitorais e candidaturas estratégicas, com muitos políticos intensificando fotos e alianças com lideranças. O ar cheirava a mandato fácil.
No entanto, o veto presidencial e a posterior decisão do STF impuseram uma marcha à ré abrupta. A esperança de mais vagas, que tornava o cenário eleitoral de 2026 mais promissor, desmoronou.
O impacto é direto: a concorrência se torna muito mais acirrada, pois a chance de renovação das atuais bancadas diminui. É senso comum que os deputados estaduais em exercício têm maior probabilidade de reeleição, o que dificulta enormemente a vida dos novos aspirantes.
A decisão manteve o cenário eleitoral estagnado, frustrando a expansão do poder. O resultado? Tudo ficou parado na estaca zero.