São muitos os sinais de que a oposição pau-ferrense entrou num processo de desmanche. Os rancores entre as lideranças oposicionistas estão aflorando cada vez com mais força e os insucessos das últimas disputas eleitorais fez e, pelo visto, continuará deixando vítimas pelo caminho.
A bandeira de referência oposicionista que nos últimos anos foi empunhada por Nilton Figueiredo, mesmo que afirmem o contrário, está mudando de mãos e o “novo líder”, no caso o deputado Gustavo Fernandes, não abre mão desta condição.
A nova situação tem incomodado bastante, tanto Nilton, quanto seus amigos mais próximos, que não perdem a oportunidade para expressarem seu descontentamento.
Pra se ter idéia do estado de coisas, o deputado Gustavo Fernandes já foi fustigado por um radialista que trabalha em sua própria Rádio para falar da divisão da bandeira política de sua família com o prefeito de São Miguel.
A leitura dos “niltistas” é simples.
Sendo Gustavo a única referência do grupo oposicionista, quase que automaticamente, Nilton se tornará refém desta situação e não terá como negociar diretamente com nenhuma outra força política, como são os casos de Galeno Torquato (PSD) e Pio X.
Caberá a Gustavo costurar as alianças e o deputado sabe que Galeno e Pio serão possíveis adversários em 2014 e não teria nenhum sentido prático para o herdeiro de Elias Fernandes aproximar seu liderado Nilton de seus potenciais concorrentes. O passado recente deixou marcas profundas e quem foi refém antes, é hoje, o dono da bandeira.
E o que dizer do PMDB?
As disputas internas do partido em solo pau-ferrense ganharam contornos mais dramáticos quando o PMDB indicou Fabrício Torquato para compor a chapa encabeçada pelo prefeito Leonardo Rego, em detrimento da indicação de Gustavo Fernandes.
O ego ferido de Gustavo levou o PMDB de Elias a apoiar a candidatura de Nilton em 2008. A divisão interna culminou na desfiliação maciça do grupo comandado por Maria/Fabrício agora em 2011 e o deputado Gustavo foi incumbido pela cúpula estadual do partido de realizar a reestruturação da sigla em Pau dos Ferros.
O caminho natural era a acomodação dos “niltistas” que estão espalhados em diversas siglas (PP, PSB, PR e outros) no PMDB sob a liderança de Gustavo, mas...
Nilton Figueiredo viu a luz vermelha acender abruptamente diante de seus olhos.
Afinal, quem sempre foi líder e decidiu sobre que caminho seguir, alertaram-no os papagaios de pirata, estava prestes a entregar seu destino político ao jovem Gustavo que faz exatamente tudo que Henrique Alves determina.
O que fazer?
Gustavo continua firme no roteiro traçado de reestruturar o PMDB local e adiou quaisquer comentários sobre candidaturas do partido para depois da convenção. Quem ouviu o deputado no dia do aniversário de Nilton e ouve agora é capaz de jurar que não é a mesma pessoa.
Do lado de Nilton, especula-se que ocorreu uma tentativa de reaproximação com o grupo de Raimundo Fernandes, diga-se PSD, para entregá-lo a Bráulio Figueiredo e novos balões de ensaio já estão no ar, como:
Nilton se filiará ao PMDB, mas Bráulio, que é o candidato a prefeito, não se filiará e poderá nem participar do evento do dia 17 de setembro;
A “tropa de elite” de Nilton não se filiará no PMDB e desembarcará no PSD junto com Bráulio;
Nilton vai incentivar a filiação de Drª. Conceição no PMDB para emplacá-la como vice de Bráulio numa hipotética aliança PMDB/PSD que Gustavo diz que é possível, mas que Henrique vetará, pois se for para indicar o vice não será para companheiro de chapa do partido de Robinson Faria;
O vereador Manoel Florêncio, único integrante do PMDB que tem mandato no município é simpático a aliança com o DEM e viajou para Brasília para tentar convencer Henrique;
Dizem que a viagem de Manoel foi ‘autorizada’ por Gustavo para mostrar a Nilton que o PMDB não aceitará a adesão pela metade. Só terá o respaldo do partido se todos, Nilton e Bráulio principalmente, ingressarem no ninho bacurau;
Xavier dos Pneus, que foi o vice de Nilton na última eleição, tem o aval de Gustavo para ser o candidato a vice, desde que, Bráulio se filie também no PMDB.
O PT, que foi aliado no último pleito, não aceitará o nome de Xavier dos Pneus, novamente para vice e poderá lançar candidato para disputar a sucessão do prefeito Leonardo.
Bem, são tantas as variáveis que devem ser consideradas para o “fechamento” de uma candidatura que seja realmente competitiva que não resta outra projeção...
É mais fácil a oposição implodir de vez... Do que aparar todas as arrestas que existem...
Mas, em política tudo pode acontecer... Inclusive nada.