Editorial: Após ser abandonado por Robinson e Galeno, Prefeito de Mossoró resolve desistir de candidatura à reeleição.

Na noite desta segunda-feira (19), o prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior (PSD), resolveu anunciar a desistência de sua candidatura à reeleição pelo comando do Executivo mossoroense. A decisão foi comunicada através do facebook, mas o gestor não detalhou as motivações que o levaram a recuar com a sua postulação.

Todavia, dias atrás, a primeira-dama Amélia Ciarlini fez um desabafo contra o governador Robinson Faria (PSD) por ter abandonado o marido dela em plena batalha eleitoral, inclusive, cobrando empenho do Chefe do Executivo estadual como aliado, assim como Francisco José demonstrou nas eleições de 2014.

Como todos sabem, o prefeito de Mossoró foi decisivo para a vitória de Robinson quando liderou, a partir da "terra de Santa Luzia", uma verdadeira cruzada em toda região Oeste do estado em prol do projeto político do PSD de assumir o comando administrativo do RN.

No entanto, de lá para cá, Francisco José não foi retribuído à altura, tanto administrativamente quanto politicamente pelo governador que, diga-se de passagem, aos poucos, vai assistindo ao naufrágio das candidaturas de seus principais aliados estado afora.

Outro que também pode ser incluído neste saldo negativo para o PSD é o deputado estadual Galeno Torquato, que graças ao apoio do prefeito Francisco José obteve uma votação expressiva em Mossoró, mas, posteriormente, tratou de se afastar gradativamente para evitar a assimilação do desgaste vivenciado pelo alcaide.

Diante de tudo isso, afirmo que "Silveirinha", como também é conhecido o prefeito mossoroense, até que resistiu com bravura, ou então, demorou para se dar conta que poderia ser utilizado como "boi de piranha" no futuro pelos caciques do próprio partido para justificar, também, a invisibilidade das ações do Governo Robinson na capital do Oeste potiguar.

Agora, fica a expectativa pelos próximos passos do gestor, quero dizer: se vai anunciar apoio formalmente para algum candidato ou se agirá somente nos bastidores para evitar o êxito de outro. Aguardemos pelos desdobramentos, com cautela.

Enquanto isso, fiquemos de olho na postura dos outros candidatos do PSD em outros municípios potiguares e, consequentemente, no tratamento ofertado pelo grupo do governador Robinson aos seus, supostos, aliados.

Aliados, aliados, eleições à parte? 

Eis o grande dilema dos pessedistas.