Editorial: A verdade não tem cor; não serve para encobrir sujeira.

Grande parte dos políticos hoje estabelecidos, em qualquer nível, esquece o muito que deve à existência de uma imprensa intelectualmente emancipada, combativa e tenaz. A qual, inclusive, não se preocupa demais com isso, porque sabe que dor de barriga não dá uma vez só. Aliás, devo advertir alguns que esta é meio surpreendente. Desavisadamente, ressurge quando menos esperamos. E aí amigo, é um verdadeiro Deus nos acuda!

Todavia, ilustrações à parte, eis uma máxima implacável, mas bem prática quando a amnésia for predominante e, consequentemente, o desdém com os profissionais da comunicação forem exteriorizados até mesmo em sinalizações implícitas: "O pau que bate em Chico também bate em Francisco."

E não se trata de uma insinuante mensagem subliminar, não. É uma constatação, pois, no exercício do jornalismo, o que gera credibilidade mesmo é o compromisso de noticiar a verdade, sem escapismos ou eufemismos.

De puxa-sacos o "inferno" está cheio, mas não há de vigorar esta realidade em nosso meio. Há, não. Tenho certeza que, pelo menos, deste mal eu não sofrerei jamais! Dizem até que não tenho vocação para bajular, confesso até que tamanho elogio me envaidece.

Mas, de tão límpida que é, devo dizer que a verdade não tem cor. Transparente como a água limpa, não enodoa. Tampouco serve para encobrir sujeira, característica que não lhe é peculiar.

Por isso, como amante da verdade, apego-me a ela de forma intrínseca. Somos feito "unha e carne". Desta forma, creio que mais cedo ou mais tarde haveremos de combater juntos, doa em quem doer, sobretudo em casos de extrema necessidade.

Assim como a dor de barriga não dá uma vez só, o desejo de fazer justiça também não. Que não se enganem os "príncipes deste século", o povo não tem memória curta. Mas, se tiver, a imprensa estará vigilante para refrescá-la.