Na última eleição municipal não era uma tarefa difícil enxergar, até mesmo na condição de simples transeuntes, diversos deputados estaduais perambulando a pé pelas ruas e becos de diversos municípios do Alto Oeste.
No 'vale tudo' para aparecer bem na foto ao lado de candidatos aliados, que em tese os apoiariam daqui há dois anos no pleito estadual, teve parlamentar até exagerando na utilização de termos chulos ao proferir discursos inflamados só para impressionar o povão.
E não é só isso. Totalmente
familiarizados com o clima agradável do litoral potiguar, tais senhores
nem pareciam estranhar o calor implacável do interior. Eita coisa boa é
eleição, não é verdade? Deveria durar mais que dois meses, só assim a
presença dos ilustres visitantes não seria efêmera.
No mais, de boca, os brigões fizeram "mundos e fundos". De menos, na prática, passado o fervor da eleição, tudo voltou à velha rotina: os parlamentares "desapareceram" de suas bases, deixando eleitores a esmo e políticos aliados (principalmente os que foram derrotados nas urnas) sem aquele necessário apoio moral para superar o momento adverso.
Porém, o sumiço de alguns (exceções existem) possui prazo de validade para terminar. Daqui há um ano e meio, no período que coincide com a realização da Copa do Mundo, alguns destes senhores retornarão para iludir os eleitores menos politizados e, também, para cooptar algumas lideranças venais que até parecem gostar desta deplorável, mas corriqueira (arcaica) forma de fazer política.
Só espero que até lá, pelo menos, os ilustres deputados representem a população na Assembleia Legislativa de forma adequada, defendendo os reais interesses da coletividade.
Quanto à presença física de alguns, é até dispensável. Já que outros, independente da localização geográfica, correspondem no que lhes é solicitado, e isso é o que realmente interessa.
Quanto aos que não se sentiram incomodados com esse texto, parabéns pela postura correta ou pelo talento para a arte cênica, onde o cinismo é fundamental.
Aplausos...