Editorial: Michel Temer tenta sobreviver em meio ao abandono gradativo de "aliados"; DEM e PSDB articulam na surdina ascensão de Rodrigo Maia à presidência da República.

No cenário nacional, uma opinião é quase unânime: essa será uma semana decisiva para o presidente da República, Michel Temer (PMDB), que tenta a todo custo se manter como inquilino permanente no Palácio do Planalto, apesar das denúncias de corrupção envolvendo o seu governo, os seus ministros, ex-ministros, aliados próximos e até seus carregadores pessoais de malas (recheadas de dinheiro).

Acrescente-se a tudo isso uma forte rejeição popular que desnutre o poder de Michel Temer, e, certamente, influenciará na hora que os deputados federais tiverem que votar pela admissibilidade ou não da denúncia apresentada pelo procurador-geral Rodrigo Janot, na Câmara Federal, asseverando que, em outras palavras, o presidente é um corrupto inveterado.

Acredito que, com toda cobertura dos fatos pela grande mídia brasileira, quando chegar a "hora da verdade", os ilustres deputados pensarão duas ou mais vezes antes de escolherem salvar a pele de um presidente enodoado por denúncias escabrosas. 

Mas, creio também que eles farão o mesmo ao meditarem sobre o risco de perderem as suas respectivas "mamadas" nas "tetas" do Governo Federal, caso a denúncia não seja aceita, lá na frente, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que, absurdamente, está repleto de magistrados defensores de ideologias partidárias. 

Em meio a esse cenário nebuloso, uma impressão começa a saltar aos "olhos da consciência" de muita gente: a articulação na surdina, por parte dos caciques do DEM e PSDB, para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), seja efetivado como substituto imediato de Michel Temer, após sua queda (hoje vista como inevitável), garantindo, portanto, aos membros das duas agremiações a manutenção da "boquinha" sustentada pelos recursos da União.

Confirmando-se este cenário, alguns analistas pontuam, ironicamente, que DEM e PSDB protagonizariam uma manobra ardilosa que está sendo apelidada de "regolpe", já que os petistas acusam esses dois partidos de terem patrocinado, em conluio com o PMDB, um "golpe" que culminou com a saída da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Adjetivos pejorativos à parte, tem-se que em Brasília o clima é de "fim de festa" para a trupe de Michel Temer, haja vista o abandono latente daqueles que o ajudaram a ocupar o posto de presidente do Brasil.

Em suma, é isto.