A Agência Estado informou que o fundo eleitoral bilionário criado para bancar as campanhas políticas com
recursos públicos retirou, vergonhosamente, R$ 472,3 milhões originalmente destinados
pelos parlamentares para Educação e Saúde neste ano.
Quando aprovaram a destinação de verbas
para as eleições 2018, os senadores e deputados federais haviam prometido poupar as duas áreas sociais de
possíveis perdas. No entanto, não foi isto que aconteceu. Um levantamento detalhado revela que o tal fundo receberá R$ 121,8 milhões remanejados da Educação e R$ 350,5 milhões da Saúde, verba que corresponde à transferência de dinheiro das emendas de bancadas.
O fundo eleitoral, aprovado em 4 de outubro do ano passado, é uma alternativa à
proibição das doações empresariais e receberá, no total, R$ 1,75 bilhão.
Desse montante, R$ 1,3 bilhão sairá das emendas de bancada, cujo
pagamento é obrigatório pelo governo, e R$ 450 milhões da isenção fiscal
que seria concedida a rádios e TVs para veicular programas partidários.
O mais revoltante é saber que a verba retirada da Saúde para abastecer o caixa das campanhas seria
suficiente, por exemplo, para arcar com a construção de 159 novas
Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), com sete leitos, dois médicos e
atendimento médio de 150 pacientes por dia ou financiar 859 Unidades
Básicas de Saúde (UBSs).
Como se vê, a prioridade dos ocupantes de cargos eletivos não é com o bem estar da população, mas, sim, com o financiamento indireto de suas próprias candidaturas.
Lamentável.