Constrangedor é esquivar-se da posição de liderança e, nos bastidores, repassar tal função para páginas apócrifas nas redes sociais (Facebook ou Instagram) atacar quase todo dia os novos gestores que ainda estão tomando conhecimento do andamento da máquina pública, com exceção de alguns novos prefeitos e prefeitas que estão tentando repassar à população um cenário surreal de "terra arrasada", e que não condizem com a realidade dos fatos.
No entanto, ao meu ver, quando um grupo político desce o nível do debate democrático utilizando perfis sem autores para, supostamente, criar factoides e polêmicas buscando fugir de possíveis penalidades judiciais futuras (ao invés de assumir denúncias públicas com provas e argumentos em contraposição ao falseamento de informações), é uma "faca de dois gumes", sobretudo porque as pessoas que acessam a internet possuem um certo grau de esclarecimento suficiente para discernir a diferença entre o jornalismo sério e aquele que é praticado por "encomenda" (preferencialmente tóxica ou negativa), mas que, de verdade, só serve para atiçar conversas aleatórias em grupos de WhatssApp que, na maioria das vezes, não acrescentam nada de bom à população que, notadamente, ainda está em "lua de mel" com os novos eleitos.
Expor-se em pronunciamentos contundentes, rechaçar falácias sem plausibilidade jurídica e dar uma chacoalhada na militância que saiu das urnas cambaleante, talvez, seja a melhor forma ou tática dos que sofreram com resultados adversos nas urnas começarem a reconquistar eleitores que deram a "cara para bater" durante o processo eleitoral e, agora, estão de cabeça baixa ou sem uma direção certa a seguir, o que tem levado muitos a incorrerem no erro de elaborarem críticas rasteiras, fora de tempo e até fantasiosas.
Enfim, tem gente "procurando cabelo em cabeça de careca" na base da torcida do quanto pior melhor; revelando sintomas de um claríssimo efeito colateral de uma derrota recente: raiva, desalento, amargura de alma e até depressão; sentimentos atrelados à inconformação ante a perca de cargos ou funções de confiança no Poder Executivo que lhes garantiam o enganoso pensamento de que a continuidade no poder não pudesse ser efêmera.
Agora, não creio que um insucesso eleitoral deva ser amenizado com picuinhas, acusações ou fofocas virtuais (sem credibilidade jornalística) oriundas de textos sem identificação dos autores e que, hipoteticamente, os deixariam livres de sanções judiciais por parte dos ofendidos. Isso não é jogar limpo, ser combativo e muito menos propositivo. Quem se esconde tem medo. Se há medo, no jornalismo sério não há espaço para covardes.
Pode ser pavão, crocodilo ou até mesmo um filhote de jacaré, atirando para todo lado só para aparecer como "defensor de uma grande causa", mas que, no final das contas, não passa de uma pessoa que se atreve anonimamente a escrever tudo no mundo; só não tem coragem de dizer quem é.
Na realidade, o combate às páginas apócrifas são necessárias não só pelos seus conteúdos destrutivos ou recheados de "Fake News"; faz-se necessário para que ninguém expresse algo estando à margem da legislação.
Os profissionais sérios da imprensa precisam chamar a atenção do Ministério Público também para estas situações indigestas, já que autoridades estão sendo denegridas sem direito à reparação judicial, algo cabível apenas aos que destemidamente exercem o ofício do bom jornalismo sério e, consequentemente, enfrentam até em vias judiciais desgastes de um trabalho que não pode ser marginalizado pelo atalho das redes sociais.
Eu sei; esse texto vai doer.
Mas, ajuda a refletir.