A Fuga do Espelho: Walter Alves não quer ver seu nome nas pesquisas para não expor a baixa capilaridade eleitoral.


O vice-governador Walter Alves (MDB) exigiu que os institutos de pesquisa retirem seu nome das sondagens, reafirmando que não será candidato ao Governo do RN em 2026. Ele promete assumir o Executivo de abril a dezembro de 2026 para um mandato-tampão e focar em ser o "melhor governador possível" e fortalecer o MDB no Legislativo. Essa postura, no entanto, é repleta de contradições.


Walter Alves admite que sua agenda se assemelha à de um candidato, o que torna irônica sua recusa em buscar o mandato completo; afinal, a honra da família Alves não seria melhor defendida ao tentar conquistar o posto máximo por quatro anos, em vez de apenas nove meses? A decisão se torna ainda mais capciosa ao ser revelado que ele negou um convite direto do Presidente Lula (PT) para a disputa.

A explicação para essa retirada estratégica parece estar nas pesquisas. O nome de Walter Alves, assim como o de Cadu Xavier (PT), não decola nas sondagens, sendo superado por ampla margem pelos nomes da oposição. Essa dificuldade é atribuída à alta rejeição ao Governo Fátima Bezerra (PT), cujo desgaste contamina qualquer candidato da situação.

O pedido de Walter para retirar o nome das pesquisas, portanto, levanta a suspeita de que se trata de uma manobra para evitar o constrangimento de ter sua baixa capilaridade eleitoral exposta.

Ao assumir o governo por apenas nove meses, Alves calcula que poderá encerrar o ciclo de 2026 sem o desgaste de uma derrota previsível, redirecionando sua ambição para ser o grande "Cabo Eleitoral" do MDB no parlamento e preservando seu capital político para o futuro. 

Sua retirada, assim, pode ser menos uma lealdade e mais uma esquiva calculada ao custo da impopularidade governista.