Enquanto uns com recursos públicos montam clínica particular... Brasileiros não conseguem dinheiro público para montar nem uma "bodeguinha".


O deputado Gustavo afirmou ao Jornal de Fato, que não existe nenhuma irregularidade em sua Clínica de Hemodiálise está equipada com máquinas compradas com dinheiro do SUS.

É lamentável que um agente público, eleito com os votos dos potiguares para defender os interesses do povo, não veja nada de irregular em um estabelecimento privado está funcionando graças ao dinheiro do SUS e portanto, de todos nós.

As palavras do deputado ao Jornal de Fato são como uma “tapa na cara” do povo que trabalha e que JAMAIS, conseguirá dinheiro público para equipar nem uma “bodeguinha”. 

Esse tipo de privilégio é restrito aos poderosos!

Afirmou o deputado ao Jornal de Fato:
 
Gustavo disse que não existe qualquer irregularidade no fato de os equipamentos públicos (comprados por quase R$ 1 milhão) estarem funcionando numa instituição privada. 

Vamos comparar as palavras do deputado Gustavo com as recomendações expressas pela Controladoria Geral da União – CGU (órgão responsável pela fiscalização dos recursos repassados pela União) em Cartilha intitulada Gestão dos Recursos Federais:

Quem pode habilitar-se a receber recursos mediante a celebração de convênios?

Os órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista de qualquer esfera de governo, ou organização particular sem fins lucrativos, que disponham de condições para a consecução do objeto conveniado e tenham atribuições regimentais ou estatutárias relacionadas com ele.

A Liga/Maternidade é uma organização particular sem fins lucrativos e estava apta a celebrar convênio com o governo, como de fato aconteceu.

Mas a CGU informa que as entidades que almejam receber recursos públicos têm que dispor de condições para a execução do objeto conveniado.

Agora, confira o que o próprio deputado Gustavo afirmou ao Jornal de Fato:

Segundo o deputado, a Maternidade Santa Luzia de Marilac não reunia condições físicas para as máquinas serem instaladas. 

É verdade deputado. Até hoje a Maternidade Santa LUIZA de Marilac não reúne tais condições.

E as testemunhas do Termo de Convênio, Sr. Elias Fernandes (vosso pai) e Sr. Nilton Figueiredo (que durante muitos anos foi médico e diretor da Maternidade) sabiam e continuam sabendo disso também.

Toda tentativa dos senhores em explicar o inexplicável resulta em novas contradições e confirmam o que todos nós já sabemos: A Clínica de Hemodiálise de Pau dos Ferros funciona com equipamentos comprados com dinheiro do SUS.

E mais...

O dinheiro do convênio só foi repassado e aprovado porque ocorreu a interferência de políticos poderosos e interessados no assunto.

Vou mostrar mais uma vez o que disse o então prefeito de Pau dos Ferros, Nilton Figueiredo, ao também prefeito Dedezinho. 

A matéria foi publicada pelo Jornal O Mossoroense em 04/08/2002:

Coluna - Giro Pelo Estado: Conversa de prefeitos
Numa conversa reservada na inauguração da nova sede da Caixa de Pau dos Ferros, o prefeito Dedezinho, de Major Sales, reforça com o também prefeito Nilton Figueiredo a união em seu município com relação a Unidade Popular e destaca: "Só não sou 100% Unidade porque voto em Ciro". 

Nilton, por sua vez, rebate. "Meus motivos para votar 100% Unidade Popular são maiores. Serra nos deu grandes benefícios à altura do centro de hemodiálise que não podem ser esquecidos neste momento". 

 
O então prefeito, Nilton Figueiredo, afirmou que tinha recebido um GRANDE benefício de José Serra (ex-Ministro da Saúde) e que tinha que retribuir a gentileza votando nele para Presidente em 2002.

“Serra nos deu grandes benefícios à altura do centro de hemodiálise que não podem ser esquecidos neste momento" disse, Nilton.

A frase acima resume bem o que realmente aconteceu, mas não foi somente Serra quem deu um Centro de Hemodiálise novinho para Vossas Senhorias ganharem muito dinheiro vendendo os serviços de hemodiálise, inclusive para o SUS, não.

Foram TODOS os brasileiros.