Pau dos Ferros: Leonardo e Nilton ainda são os políticos mais influentes no município; definições para 2020 passam pelos dois líderes. Terceira força apenas causará divisão na oposição.

Pau dos Ferros, tradicionalmente, é uma cidade que tem uma população bastante politizada, sendo que tal peculiaridade atribuída aos cidadãos pau-ferrenses há muito tempo colocou o município no centro das discussões políticas em todo o Rio Grande do Norte, sobretudo no Alto Oeste.

Com as eleições de 2020 se aproximando, naturalmente, já era esperado que as primeiras especulações sobre o pleito do próximo ano começassem a emergir, exatamente no ritmo da paixão de alguns eleitores que, inevitavelmente, fazem prognósticos diversos sobre os possíveis desdobramentos para o futuro. Uns interessantes, outros consideráveis e existem até aqueles que beiram o absurdo, principalmente se levarmos em conta o histórico das últimas eleições aqui na "terra dos vaqueiros bravios".

No entanto, quando as discussões saem do campo das especulações e ganham a atenção da mídia, entendo que o assunto deva ser levado mais a sério, até por uma questão de transparência junto ao eleitor que, com a mais absoluta certeza, ainda sequer possui um pensamento definitivo quanto a quais nomes, partidos ou segmentos políticos deverá optar.

Desta forma, é senso comum que, desde o ano de 2004, as batalhas eleitorais em Pau dos Ferros sempre passaram pelo confronto direto entre os correligionários do atual prefeito Leonardo Rêgo e os do ex-prefeito Nilton Figueiredo, sendo que posteriormente o médico viu-se obrigado a colocar seus descendentes nesta disputa em virtude de seus inúmeros impedimentos jurídicos (inelegibilidade), seja como cabeça de chapa em 2012 (Bráulio Figueiredo) ou na condição de vice em 2016 (Lara Figueiredo), já que, inegavelmente, naquele ano o então prefeito Fabrício Torquato só partiu para a tentativa de reeleição após, praticamente, "beijar as mãos e os pés" do ex-prefeito.

Agora, alguns especulam que uma possível terceira força, detalhe: capitaneada por líderes de uma esquerda comunista - estaria se formando para tentar conter a polarização histórica entre Leonardo e Nilton, através de um nome desconhecido e, aparentemente, fechado para o diálogo com as lideranças históricas da oposição, algo que, obviamente, causará um estrago divisório no grupo contrário ao situacionismo que, "pelo andar da carruagem", conduzirá o prefeito Leonardo Rêgo tranquilamente para a reeleição.

Neste ínterim, resolveram até "desenterrar" a "figura política" do ex-prefeito Fabrício Torquato, que mesmo tendo sido derrotado por Leonardo Rêgo, com a "máquina" da Prefeitura e do Estado em mãos, teria dito que Nilton Figueiredo fazia parte do passado na política local, pasmem, como se ele também não estivesse no ostracismo desde que foi "nocauteado nas urnas" em 2016.

Meus amigos e aqueles que acreditam em nossas ponderadas análises (estamos há quase 10 anos no ar), não se enganem! 

Na verdade, como nos anos anteriores, até que surja um verdadeiro nome novo no tabuleiro da política pau-ferrense, dificilmente a realidade de 2020 fugirá do retrospecto histórico das últimas 04 (quatro) eleições, onde a polarização entre "leonardistas" e "niltistas" protagonizaram disputas eletrizantes no jogo democrático da política, que permite inúmeras cogitações até o dia da eleição, mas sempre acaba revelando um quadro até certo ponto previsível, especialmente em se tratando de rivalidades locais acirradas como acontece há anos em Pau dos Ferros.

É claro que não se deve menosprezar o fato de que, até por direito, alguns queiram se arriscar no jogo eleitoral do próximo ano com um discurso que venha divergir desta polarização histórica local. Contudo, com seus protagonistas assumindo uma postura pelo menos mais humilde e "pés no chão", bem diferente do clima de arrogância e até hostilidade verborrágica quanto aos demais personagens da política local.

Por tudo que tenho visto, lido e ouvido, tenho que admitir: algumas figuras poderão até não vencer a eleição do próximo ano, no entanto, entrarão de vez para o "folclore político" local.

A povo engraçado esse!