No cenário político atual de Pau dos Ferros, do Estado e até do país, um fenômeno em particular tem chamado a atenção: a "pavonice midiática" - uma espécie de exibicionismo exagerado espalhado por meio das redes sociais. Essa postura, longe de ser um mero capricho, revela-se como uma estratégia populista para angariar likes, comentários e compartilhamentos, utilizando o engajamento virtual como principal métrica de sucesso.
Políticos, independentemente de seus cargos, têm se mostrado mais preocupados com a imagem do que com ações concretas. A pauta verdadeira, que envolve propostas de gestão, planejamento e busca por soluções efetivas para os problemas da população, muitas vezes é ofuscada por selfies, vídeos curtos e discursos cuidadosamente encenados.
A "nova política nutella" é, em essência, um reflexo do narcisismo contemporâneo, onde a busca por aprovação se disfarça de ativismo e proximidade com o povo. As redes sociais transformaram-se no palco ideal para essa catarse: cada postagem, vídeo e interação são planejados para construir uma imagem de infalibilidade, de alguém que está sempre à frente, no centro das atenções.
Os políticos, que deveriam servir à população, tornam-se protagonistas de suas próprias narrativas. A pauta pública é substituída por uma pauta pessoal, e os problemas da sociedade aparecem apenas como cenários para autopromoção.
Esse fenômeno tem um custo alto para a democracia. A busca pela ostentação funciona como uma máscara que oculta o verdadeiro comprometimento, alimentando um narcisismo coletivo. Mas o maior risco dessa dinâmica é a desconexão entre o universo virtual e a realidade.
Enquanto alguns políticos focam na exposição digital, muitas necessidades essenciais permanecem não atendidas. Portanto, é imprescindível que olhemos além das telas: a verdadeira política se faz com ações que realmente melhorem a vida da população, e não apenas com aparências.