Gestão à Distância: Transmitir o cargo não era exigência legal, mas um gesto de confiança de Marianna fortaleceria Lara (MDB) para a sucessão de 2028.


A missão institucional da prefeita Marianna Almeida (PSD) à China, que se estende de 12 a 21 de outubro, está em pleno desenvolvimento, e com ela, acende-se uma importante discussão nos bastidores da política local. O ponto central é a decisão de não realizar a transmissão formal do cargo de prefeita para a vice-Prefeita Lara Figueiredo (MDB) durante a agenda internacional.


É imperativo deixar claro que, do ponto de vista legal, a prefeita Marianna Almeida está agindo em total conformidade. A legislação municipal, alinhada à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não estabelece a obrigação de transmitir o cargo ao vice-Prefeito em ausências que, como esta, não ultrapassam 15 dias. Portanto, a Prefeita mantém a gestão e a coordenação do Poder Executivo, mesmo à distância.

Contudo, é no campo do simbolismo político que o gesto se torna relevante. A transmissão da chefia do Executivo para Lara Figueiredo, mesmo não sendo uma exigência legal, representaria um ato de elevada cumplicidade e harmonia entre a prefeita do PSD e a vice do MDB.

Esse ato opcional, formalizado por um decreto, teria o poder de reforçar a coesão da aliança, agindo como um poderoso sinalizador para a base aliada. Ao concretizar o repasse da caneta, Marianna calaria rumores e desconfianças sobre rachaduras na parceria, consolidando a estabilidade do grupo situacionista para os próximos pleitos, incluindo as discussões sobre a sucessão de 2028.

É fundamental ressaltar que a ausência da transmissão do cargo não deve ser interpretada como prova da existência de problemas ou desentendimento nos bastidores. A decisão de manter o controle direto é uma prerrogativa legítima da prefeita, que pode ter levado em conta, inclusive, a rotina profissional da Vice-Prefeita Lara Figueiredo como médica.

No entanto, a análise sensata aponta que, ao não utilizar essa oportunidade de sinalização, o grupo deixou de lado uma ferramenta política de alto impacto que reforçaria publicamente a união, a confiança e a coesão entre o PSD e o MDB em um momento de visibilidade internacional para o município.