Aparentemente, pouco importa para o vereador Renato Alves (DEM) o fato de ter indicado várias pessoas para assumir cargos de confiança na gestão do prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Nunes Rêgo (DEM), inclusive membros de seu clã familiar. Isto é, pelo menos quando o assunto é retribuir todo o prestígio ofertado na administração municipal em forma de apoio futuro aos aliados tradicionais do grupo político liderado pelo gestor pau-ferrense.
Escrevo isso porque, a julgar pelas imagens e informações que sinalizam uma aproximação de Renato Alves com o ex-deputado João Maia (PR) e, consequentemente, com a pré-candidata ao Senado, Dep. Zenaide Maia (PR), concorrentes diretos do deputado federal Felipe Maia (DEM) e do senador José Agripino (DEM), nas eleições de outubro, o vereador do DEM parece não temer um possível desgaste em virtude de sua postura contrária em relação aos "amigos de primeira hora" do prefeito Leonardo Rêgo.
Apesar de sua escancarada ou iminente infidelidade partidária, me arrisco a insinuar que, talvez, Renato só esteja bastante tranquilo porque o edil tem sustentado "à boca pequena" que o seu compromisso para deputado estadual ainda é com Getúlio Rêgo (DEM), pai de Leonardo. Desta forma, além de encontrar respaldo no bloco situacionista, ele vai ganhando tempo no que se refere à manutenção de seus protegidos na máquina administrativa local.
No entanto, embora tal justificativa sirva para atenuar a situação controversa, fomos informados que o jogo duplo (triplo?) adotado pelo edil não está sendo bem digerido por alguns correligionários do Chefe do Executivo, principalmente aqueles que ainda não foram tão bem reconhecidos como o parlamentar tido, neste momento, como um "rebelde".
A "gota d'água" para alguns foram as últimas aparições de Renato Alves ao lado de João Maia e Zenaide Maia nas redes sociais em clima de entusiasmo pelo suposto fechamento de um acordo de bastidores com vistas às próximas eleições. Inclusive, em uma das publicações, o vereador chegou a ser apontado como a referência do PR no Alto Oeste, algo que fortalece a tese de que o diretório municipal do Partido da República será mesmo entregue a uma pessoa da mais alta confiança do edil democrata.
Mesmo diante do turbilhão de fatos e fotos intrigantes, por enquanto, o vereador Renato segue jurando fidelidade ao grupo situacionista no âmbito local e, paralelamente, costura apoios aos concorrentes diretos (João e Zenaide) dos chamados "braços fortes" (Agripino e Felipe) da gestão Leonardo Rêgo.
Se a bíblia estiver certa, tal jogo duplo fracassará igualzinho a tentativa de "servir a dois senhores". Um deles, certamente, se aborrecerá.