Editorial: Salismar Correia vai de "carona" no desgaste de José Agripino, Fábio Faria e João Maia para atingir boa votação em Pau dos Ferros.

Verdade seja dita, o médico cardiologista Salismar Correia (Solidariedade), apesar de ser uma excelente pessoa (que muito estimo), está longe de representar o discurso do "novo" na política do RN, tampouco na região do Alto Oeste, haja vista o seu histórico tanto como militante ao lado de grupos tradicionais da política de Pau dos Ferros e de São Miguel, quanto pelo fato de já ter ocupado o cargo de vice-prefeito nas respectivas cidades; detalhe: com uma ajudinha dos velhos caciques locais.

Apesar de sua trajetória entrelaçada com os representantes de antigas oligarquias familiares, especificamente em Pau dos Ferros, Salismar Correia já deu sinais claros que pretende explorar o desgaste político vivenciado pelos seus principais concorrentes à Câmara Federal no município, no caso, José Agripino (DEM), Fábio Faria (PSD) e João Maia (PR), para tentar alcançar uma votação expressiva na "terra dos vaqueiros bravios".

Com discurso sofista, porém eloquente, voltado às causas humanistas e, também, direcionado à radical mudança no quadro político atual, aos poucos, Dr. Salismar vai avançando entre os eleitores que buscam um nome diferente para contrapor aos candidatos escolhidos pelos grupos tradicionais. 

Atentos ao avanço de Salismar Correia estão os líderes dos grupos dominantes que, estrategicamente, optaram por ignorar a postulação do cardiologista, porém, "esquentam os miolos" conjecturando cenários e até calculando possíveis estragos nas candidaturas de seus respectivos aliados, caso o chamado 'voto de protesto' seja todo canalizado pelo eleitor em direção a Sassá.

Falando francamente 

No que tange ao foco à realidade, creio que a postulação de Dr. Salismar a deputado federal poderá surpreender, mas, não tanto quanto muitos de seus apoiadores imaginam ou opositores temam. Mas, há quem discorde e penso que a democracia só é boa por isso, pois propicia o direito à expressão de diversas opiniões, sejam elas lúcidas ou movidas por 'paixonites partidárias'.

No entanto, em tempos de insatisfação quase que generalizada por parte do eleitor (quanto aos que estão há tempos ocupando cargos eletivos), é bastante provável que, na hora de optar pelo "menos ruim", a população resolva dar uma chance para quem está chegando agora ou, pelo menos, saiba protagonizar este papel.

No "frigir dos ovos", o que vai pesar é o talento de cada candidato para convencer o eleitor quanto a diferença entre um discurso prático, fantasioso ou fingido.

Quanto à população, caberá a tarefa de saber diferenciar o "novo" do "velho" e até a identificar o "velho" se passando por "novo".

Vida que segue, aguardemos pelo resultado das urnas.