Na zona rural de Encanto, água de multiuso doméstico é opção à agroecologia.

11 (onze) sistemas de reuso de águas cinzas (originadas a partir de processos domésticos) estarão instalados nas comunidades rurais de Encanto, até o mês de fevereiro ou março, possibilitando a cerca de 20 famílias unidades de produção agroecológica, ou seja, limpa, sem uso de agrotóxicos e adubos químicos.

A causa disso está na atuação do Serviço de Apoio a Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC). Parceiro perseverante da Secretaria de Agricultura, a entidade, na sequência do conjunto de atividades já executado no município, coordenou a construção do primeiro sistema, na Conceição; nesta semana o acontecimento se repetiu no Sítio Sanharão.

O trabalho posterior de fortalecimento mantém relação com a implementação das fruteiras, hortaliças e campineiras, como também a efetivação da irrigação dos quintais, que absorverão o produto final de todo o processo, capaz de eliminar criadouros de mosquitos, ratos e baratas.

"Futuramente, talvez, quem sabe isso não se torne uma política pública de saneamento e de reaproveitamento de água”, disse Fabrício Edino. Financiadas por uma organização alemã ligada à Igreja Católica, as obras integram o projeto trienal “A Arte de Conviver com o Semiárido Potiguar", de acordo com o que destacou o agrônomo.

Funcionamento do sistema

A água coletada das pias, dos chuveiros e das lavagens de roupa cai em uma espécie de calha/caixa de gordura, segue para um tanque decanto-digestor – onde ocorre uma ação bacteriana anaeróbica, quer dizer, sem oxigênio –, passa por um filtro biológico e fica armazenada em um terceiro taque.