Entretanto, uma vez eleitos ou reeleitos, muitos desses políticos parecem esquecer as promessas e os acordos firmados com os profissionais da mídia, que tantas vezes arriscam suas reputações e credibilidade para garantir que seus contratantes saiam bem nas mídias. A reciprocidade que antes parecia inabalável começa a se desvanecer, levando à negligência e ao desrespeito. Profissionais da mídia, que antes eram vistos como aliados essenciais, passam a ser tratados como meros obstáculos ou causadores de irritações que buscam engajamento e transparência.
Este comportamento não apenas prejudica os trabalhadores da comunicação, mas também demonstra uma visão míope sobre a importância do jornalismo independente e da informação de qualidade. Em um país onde a iniciativa privada é relutante em investir em meios de comunicação autônomos, a situação se torna ainda mais crítica. Os criadores de conteúdo, por sua vez, enfrentam o constrangimento de solicitar colaborações por meio de plataformas como o Pix, visando, ao menos, a manutenção de sua atividade informativa numa era de constantes crises financeiras.
A verdade é que, assim como uma dor de barriga que não se apresenta apenas uma vez, a necessidade de apoio da mídia por parte dos políticos é incessante e recíproca. Ignorar essa relação não só compromete a saúde do debate público, mas também pode, no longo prazo, resultar em consequências negativas para a própria imagem e governabilidade dos gestores. É vital que prefeitos e prefeitas reconheçam e valorizem o trabalho dos profissionais de comunicação, cultivando um ambiente de respeito e colaboração que beneficie a sociedade como um todo.
Em suma, ao subestimar a importância da mídia, os políticos não apenas arriscam sua própria reputação, mas também minam a qualidade da informação que chega à população. Portanto, uma reflexão sobre esta dinâmica é urgente, destacando que a construção de uma democracia saudável exige o engajamento sincero e respeitoso de todos os seus atores, especialmente na era da informação.