A retórica do 13º Salário em risco gera insegurança social no RN; manobra midiática serve para pressionar deputados a aprovarem matéria sobre aumento da alíquota do ICMS.

A recente declaração do secretário de Administração, Pedro Lopes, evidenciou uma preocupante realidade sobre a gestão da governadora Fátima Bezerra, que, em sua reeleição, proclamou ter reequilibrado as contas públicas. Agora, a promessa de pagamento do 13º salário dos servidores estaduais esbarrou na dependência de recursos federais que só deverão chegar em dezembro, fazendo soar um alarmante sinal de alerta sobre a veracidade dessas afirmações.

É irônico que o governo tenha conseguido adiantar apenas 40% do 13º salário a cerca de 22 mil servidores em julho, enquanto o restante da categoria fica à mercê da chegada dos recursos. Isso levanta uma questão incômoda: se as contas estavam realmente equilibradas, por que os servidores agora enfrentam incertezas financeiras e dependem de uma "boa vontade" federal?

Ademais, a proposta de aumento da alíquota do ICMS, defendida por Lopes como solução para a crise, revela um descompasso ainda maior na estratégia fiscal do governo. Ao afirmar que a alíquota reduzida de 18% prejudica as finanças estaduais, o secretário não só ignora as consequências diretas para a população, mas também cria um ambiente de insegurança social, parecendo culpar os deputados estaduais pela falta de recursos, caso não acatem suas demandas.

Portanto, questionamos: como pode um governo que se apresenta como defensor da responsabilidade fiscal agora se valer de manobras que ameaçam a estabilidade financeira dos servidores e a qualidade de vida da população? A retórica de equilíbrio das contas esmorece diante da realidade imposta pelas ações contraditórias e pela falta de planejamento consistente. É preciso mais do que promessas; é necessário um governo que atue de forma responsável e transparente, priorizando o serviço público e o bem-estar da população.