Editorial: Prefeita Marianna Almeida enfrenta opositores radicais em apenas 61 dias de gestão; Pau dos Ferros nunca teve um grupo de oposição construtivo. Radicalismo prematuro transparece mágoa pela derrota nas urnas.

O tema deste editorial me pareceu oportuno porque mal saímos de uma eleição municipal inusitada e o comportamento por parte de quem foi derrotado em Pau dos Ferros não nos parece ser de uma oposição sadia, que apresente ideias e soluções construtivas para o progresso do município.

Na verdade, na principal cidade do Alto Oeste potiguar nunca visualizamos este cenário, embora fosse de extrema importância para a democracia a adoção de uma trégua temporária e que, de forma inédita, revelaria que o sentimento preponderante na "terra dos vaqueiros bravios" seria o de torcer pelo melhor em nossa cidade.

No entanto, o que já estamos enxergando são atos isolados, radicais e prematuros por parte da torcida do quanto pior melhor que, talvez, esteja sendo mal orientada por algumas pessoas antipatizadas pela população e que, pelo que "corre à boca miúda", estão atuando nos bastidores incentivando certos tumultos infrutíferos em redes sociais, até mesmo em situações sanáveis. Um erro grotesco, principalmente se ponderarmos que estamos diante de uma gestão que apenas está dando seus "primeiros passos".

Gente, hoje fazem apenas 61 dias que a prefeita Marianna Almeida (PSD) assumiu o comando do Pode Executivo, ou seja, ainda há uma "longa estrada" a ser percorrida; sejamos mais sensatos. Não é verdade?

O mais interessante é que tais, supostos, "agitadores midiáticos" são os mesmos "sabichões" que não acatavam conselhos de ninguém durante o processo eleitoral, gozavam de posições privilegiadas na equipe administrativa do ex-prefeito Leonardo Rêgo, mas, comportaram-se de forma indiferente e arrogante com a população diariamente, seja nas secretarias ou nos cargos de extrema confiança que ocupavam, fato inegável e que, consequentemente, gerou danos quase irreparáveis à hegemonia política de um grupo acostumado a vencer eleições consecutivas em Pau dos Ferros.

Sem dúvidas, estes citados no parágrafo anterior não estão seguindo os comportamentos civilizados e que refletem maturidade política dos verdadeiros líderes do grupo de oposição a serem ouvidos, me refiro ao deputado Getúlio Rêgo (DEM) e ao ex-prefeito Leonardo Rêgo (DEM) que, de forma responsável, aguardam o momento oportuno para externarem à população suas considerações sobre tanto o andamento da atual gestão, assim como, também, realizarem suas respectivas conjecturas futuras a partir da realidade factível, bem diferente dos atos precipitados que estão sendo extravasados na grande rede.

Desta forma, tem-se que, novamente, perde-se uma boa oportunidade de aceitar a nova realidade política local com humildade, mas, também, aguardando o momento certo de fazer uma melhor avaliação sobre acertos ou erros futuros da nova gestão que, diga-se de passagem, se não deslanchar, passará pelo dissabor da reprovação popular. Entretanto, volto a frisar que é cedo para apontarmos este ou aquele desfecho, seja positivo ou negativo.

Para concluir, penso que, se todos nós queremos o melhor para Pau dos Ferros, deveríamos compartilhar as boas ideias, aceitarmos as boas sugestões, unirmos forças para superarmos as dificuldades que se apresentam no dia a dia. Dentro de uma linha de raciocínio lógico, os esforços somados resultariam em mais benefícios para o cidadão que é o alvo de todos os discursos durante uma campanha política.

Imaginem quanto tempo seria ganho se não houvesse prioritariamente a preocupação de fazer uma oposição radical, terrorista e chantagista. Se todos agissem com o mesmo propósito (situação e oposição), os resultados positivos de quatro anos de um mandato seriam infinitamente melhores e maiores. Infelizmente, os discursos que estamos ouvindo revelam mágoas profundas que parecem não ter fim.

Tem muita gente que gosta de assistir o "circo pegar fogo" e torcem pelo quanto pior melhor. Chega a ser algo cultural em nosso país e, infelizmente, acontece em todas as esferas da administração pública.

Oposição construtiva? Por enquanto, um sonho ou ilusão quase utópica.

Aviso aos babões de plantão: o editorial não atende a caprichos partidários e, muito menos, sinaliza qualquer mudança em nossa linha de trabalho. Trata-se apenas da aplicação de uma "dose de bom senso" no cérebro de muita gente diante dos exageros que estamos lendo e vendo por aí. 

Embora sejamos flexíveis, quanto à honra, permanecemos no mesmo caminho da retidão, sobretudo, com quem merece reciprocidade.