Meteorologistas da Emparn enxergam boas perspectivas de chuvas para este ano de 2021.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), realizaram nessa terça-feira (12), a apresentação do balanço das chuvas em 2020 e perspectivas para o período chuvoso no Rio Grande do Norte em 2021. 

O evento realizado de forma híbrida, virtual pela plataforma Google Meet, e presencial no auditório Governador Iberê Ferreira de Souza, localizado na sede da Emparn, reuniu representantes públicos e privados de diversos setores ligados a agropecuária e segurança hídrica potiguares, bem como veículos de imprensa.

Sobre o balanço das chuvas no ano passado, o Rio Grande do Norte apresentou chuvas entre as categorias de normal a acima do normal com volume médio de 910,1 mm, superando os volumes esperados nas regiões Oeste, Leste e Agreste. Em termos numéricos, a região Leste foi a que registrou o maior volume acumulado médio observado com 1.313,3 mm, enquanto que o esperado foi de 1.252,1 mm; seguida da região Oeste, com 919,7 mm, enquanto 790,6 era o esperado. O Agreste acumulou 710 mm e o esperado era de 714,5 mm. E por fim a região Central acumulou 697,1 mm e o esperado era de 627,7 mm.

No período, a cidade de Mossoró, no Oeste potiguar bateu o recorde de chuva diária com 176,4 mm ocorrida em 29 de fevereiro, sendo este o maior volume diário dos últimos 63 anos. Já Natal, localizada na região Leste, registrou em maio, volumes com 426,1 mm, sendo seu segundo maior índice pluviométrico desde 1963. O primeiro ocorreu em 2011 com 447,4 mm.

Já a previsão climática para o primeiro trimestre de 2021, estação pré-chuvosa no Rio Grande do Norte, é de ocorrência de chuvas dentro da média histórica, de acordo com a análise da Unidade Instrumental de Meteorologia da Emparn. 

Região Oeste

Para a região Oeste do Estado, a estimativa é do maior volume pluviométrico médio do RN com 315 milímetros (mm) para os meses de janeiro, fevereiro e março. As regiões Leste e Central, cada uma com previsão para o período com de 250mm e o Agreste com 188mm. "Desde meados de 2020 estamos presenciando a atuação do fenômeno La Niña. O fenômeno, em oposição ao El Niño, ocasiona o resfriamento da temperatura média das águas superficiais na faixa equatorial do oceano Pacífico, aumentando os ventos alísios de leste na superfície inibindo a formação de nuvens", disse o meteorologista Gilmar Bristot.

As análises, de acordo com Bristot, sugerem que o ano de 2021 apresente características climáticas, no RN, semelhantes ao ano de 2011, quando a La Niña ocorreu pela última vez no estado em fase com a atividade solar em situação de mínima. "Com esse cenário espera-se um quantitativo normal de chuvas no RN, porém com de grande variabilidade temporal e espacial, característica inerente ao clima semiárido", completou.