Mesmo reeleitos, Deputados do RN recebem R$ 39,3 mil da Câmara para ajudar na "mudança". Natália Bonavides disse que vai propor fim da "mordomia", mas não se comprometeu em devolver o recurso recebido em janeiro.

Os quatro deputados federais do Rio Grande do Norte que foram reeleitos em 2022; Benes Leocádio (União Brasil), General Girão (PL), João Maia (PL) e Natália Bonavides (PT), receberam em janeiro, da Câmara dos Deputados, uma "ajuda de custo" de R$ 39,3 mil para uma despesa que, na prática, eles não deveriam ter. O pagamento extra, equivalente ao valor do salário, foi feito pela Câmara para ajudar os parlamentares na mudança dos seus locais de origem para Brasília, sobretudo os novatos.


O pagamento do extra ocorreu no mesmo mês em que os salários dos deputados também foram beneficiados com reajuste, saindo de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil. Com isso, ao todo, os quatro parlamentares reeleitos já embolsaram diretamente mais de R$ 78,6 mil brutos no início do ano.

Uma nova parcela do benefício, novamente de R$ 39,3 mil, está prevista para entrar na próxima terça-feira (28). Desta vez, além dos reeleitos, também vão receber a ajuda de custo os quatro novos deputados do Estado, que tomaram posse em 1º de fevereiro: Fernando Mineiro (PT), Paulinho Freire (União Brasil), Robinson Faria (PL) e Sargento Gonçalves (PL). Estes sim, com 'legitimidade' para receber o controverso "auxílio-mudança"!

Após a enorme repercussão do assunto na imprensa estadual, a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) afirmou, nesta quarta-feira (22), que vai propor na Câmara dos Deputados o fim do "auxílio-mudança", que está sendo pago neste início de ano para todos os 513 parlamentares da Casa.

Em nota, a deputada disse que foi contra a instituição do benefício e que vai atuar para acabar com os pagamentos. Apesar disso, ela não confirmou se vai devolver o recurso recebido em janeiro.

Além de Natália Bonavides, João Maia também apresentou justificativa, mas limitou-se a afirmar que se trata de "decisão da Mesa Diretora" e que a mordomia "vem de legislaturas anteriores". O mesmo foi alegado por Benes Leocádio, em posicionamento tornado público nesta quinta-feira (23).