Sessão plenária marcou aposentadoria da desembargadora Zeneide Bezerra, que inovou em projetos sociais no Tribunal de Justiça do RN.

A sessão ordinária do Tribunal Pleno do TJRN, realizada na última quarta-feira (06), teve um clima de despedida diante da aposentadoria da desembargadora Maria Zeneide Bezerra, que deixa a Corte potiguar depois de 13 anos de trabalho, cuja característica principal, conforme ressaltado pelos próprios desembargadores do colegiado, foi marcado por um eixo: levar o Judiciário a estar mais próximo do jurisdicionado.

"Ontem, com muita tristeza, assinei o ato de aposentadoria da desembargadora. É um misto de tristeza, mas de muito reconhecimento", declarou o presidente do TJRN, desembargador Amílcar Maia, o qual também ressaltou o que chamou de "entusiasmo", típico da até então integrante do Pleno, já que, além de todos os compromissos cumpridos no tribunal, em cada dia, ainda "encontrava forças para se dedicar aos projetos sociais do TJRN", disse Amílcar, ao enfatizar a "alegria peculiar" da desembargadora.

"O vice-presidente do TJRN, desembargador Glauber Rêgo, a definiu como um exemplo a ser seguido na magistratura, e até brincou com o horário que ela iniciaria sua jornada, "às 3h da madrugada".

Em um discurso permeado pela emoção, Maria Zeneide Bezerra agradeceu ao esposo e à mãe, pelo exemplo de vida e dedicação e destacou que o Judiciário potiguar já era voltado ao viés social há alguns anos antes da determinação nacional para que os tribunais desenvolvessem ações sociais e campanhas pela cidadania.

"A função de um magistrado vai além do julgamento de processos. Nós, juízes, com o compromisso de preservar a dignidade da pessoa humana, podemos, sim, reverter problemas sociais", define a agora desembargadora aposentada. Concluiu afirmando que a toga usada desde agosto de 2010 no TJRN será retirada fisicamente, mas simbolicamente permanecerá. "Não sairá de mim", encerrou.