Semana de contratempos obrigam Presidente Bolsonaro a se preocupar com defesa e não só em atacar; dias finais do segundo turno animam petistas.

Quem achou que a semana decisiva das eleições presidenciais se resumisse a uma partida de ataque contra a defesa nos momentos finais se surpreendeu com o avanço das linhas petistas no campo bolsonarista. 

Esperava-se que, a quatro dias da votação, Jair Bolsonaro (PL) partisse para o tudo ou nada para evitar a vitória de Lula (PT) no domingo (30).

No entanto, parte da gestão de tempo e energia para o ataque precisa ser agora dividida com a preocupação com a retaguarda. Em uma linguagem "futebolística", o adversário quer dar o bote e já mostrou que pode matar o jogo se acertar a linha do contra-ataque.

Nas redes sociais, o "pau corre solto", e nesse sentido a ameaça de André Janones de divulgar o conteúdo do celular de Gustavo Bebianno, ex-braço direito de Bolsonaro morto em 2020, serve como distensão: seja lá o que ele tenha (é provável que tudo não passe de um blefe), obriga a campanha bolsonarista a elaborar respostas para sair da defesa, o que a essa altura consome um gasto precioso de tempo e energia que poderia ser usado para outros males.

Lançada, a ameaça vira mais uma fonte de apreensão na trincheira bolsonarista, alvejada pelos "tiros no pé" disparados por Roberto Jefferson, no último domingo (23), que apesar dos esforços dos aliados do presidente, os respingos parecem ter sido inevitáveis.

Pelo que se vê, esta eleição poderá decidida até mesmo no dia da eleição, caso as abstenções sejam elevadas e, dentro deste universo, um dos candidatos seja mais prejudicado.

Aguardemos...