O ex-governador e deputado Júlio Campos (DEM-MT) provocou polêmica nesta terça-feira ao se referir ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa como "moreno escuro" durante uma reunião da bancada do partido.
O deputado defendia a prisão especial para autoridades, quando disse que processos podem cair nas mãos "do moreno escuro do Supremo". O fim da prisão especial faz parte da reforma do Código de Processo Penal, que deve ser votada pela Câmara amanhã.
O deputado ACM Neto (BA), que conduzia a reunião da bancada do DEM, afirmou que não entendeu como preconceito a referência do colega. "A frase não pode ser descontextualizada. Quem estava presente percebeu que a frase não teve caráter preconceituoso", disse. Outros deputados que estavam presentes reclamaram da frase.
Em uma nota à imprensa, o deputado Júlio Campos afirmou que "quando usou a expressão 'ilustre ministro moreno escuro' em menção ao ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa foi somente por não lembrar naquele momento o nome do magistrado".
Segundo o deputado, não houve interesse de "desmerecer" o ministro com o uso da expressão. Campos informou ainda que, "para evitar possíveis constrangimentos e interpretações dúbias", entrou em contato com o gabinete de Barbosa e enviou desculpas ao ministro.
O gabinete de Barbosa, que é o primeiro negro do STF, confirmou o telefonema e disse que o deputado se comprometeu a enviar um pedido de desculpas por escrito.