Apesar do "mimimi" generalizado dos prefeitos sobre a crise, 2016 registrou aumento no número de candidatos que concorreram à reeleição.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições municipais de 2016, 48.085 prefeitos, vice-prefeitos ou vereadores tentaram a reeleição. Esse número representa um acréscimo de aproximadamente 418% em relação ao pleito de 2012, quando 11.506 candidatos declararam já ocupar os cargos disputados nas eleições.

O levantamento é feito a partir dos prefeitos e vereadores eleitos que se de autodeclararam candidatos à reeleição no momento do registro da candidatura junto à Justiça Eleitoral.

Desta forma, observa-se que, apesar do mimimi generalizado adotado pela maioria dos gestores sobre a existência de uma crise monstruosa capaz de gerar a paralisação de obras e minguar outras ações administrativas básicas, a "fome" e "sede" pelo poder falou mais alto. Caso contrário, ninguém enfrentaria o desgaste de tentar uma reeleição, não é verdade? 

Mas, até como justificativa para o aumento desses números que vão na contramão do discurso de crise, fiquemos com a tese de zelo desinteressado dos gestores pelos seus respectivos municípios; sentimento que deve existir realmente naqueles casos de raríssimas exceções.

Dos que tentaram a reeleição este ano, um pouco mais da metade conseguiu se manter num cargo público: 26.152 receberam os votos para mais um mandato, dos quais 1.369 eram prefeitos, 1439 eram vice-prefeitos e 23.989 eram vereadores. Em 2012, o percentual foi quase o mesmo: 53,50% dos candidatos à reeleição foram reconduzidos, dos quais 359 eram prefeitos, 430 eram vice-prefeitos e 5.555 eram vereadores.

Como se vê, o "osso" não está tão ruim assim. Ninguém quer largar.

Que "fome canina". Hein?