Editorial: com o coeficiente do FPM revisado, Prefeitura de Pau dos Ferros acumula repasses de ordem federal que não sustentam retórica para decreto de calamidade financeira no município.

Ainda repercute nas redes sociais a verdadeira "dinheirama" que a Prefeitura de Pau dos Ferros recebeu, nesta quarta-feira (10), através do primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) referente ao primeiro decêndio do mês de março (R$ 1.101.846,28) que, em comparação com o mesmo período do ano passado foi bem superior; especificamente R$ 338.657,22 a mais que as cifras de março de 2020 (R$ 763.132,06), sobretudo em virtude da revisão do novo coeficiente destinado ao município que saltou de 1.4 para 1.6.

Analisando de forma mais aprofundada, se o município de Pau dos Ferros não tivesse sido beneficiado pela revisão do coeficiente no FPM, neste primeiro repasse de março, ao invés de R$ 1.101.846,28 (Um milhão, cento e um mil, oitocentos e quarenta e seis reais e vinte e oito centavos), teria entrado nos cofres públicos do município o montante de R$ 964.065,62, que também poderia ser considerado como um valor significativo, claro, com a devida aplicação dos recursos. 

Porém, mesmo ante a nova realidade dos repasses federais disponibilizados a cada 10 (dez) dias garantirem uma indubitável e confortável condição de governabilidade à principal cidade do Alto Oeste do RN, a prefeita Marianna Almeida (PSD) sustenta um discurso totalmente paradoxal, claramente, objetivando justificar um contraditório decreto de calamidade financeira publicado logo no início da atual gestão.

Desta forma, tem-se que a "ladainha" sobre possível escassez de recursos, suposto recebimento de "herança maldita" e outras afirmações aleatórias referentes às finanças do município vão, gradativamente, "caindo por terra" e, também, sendo enxergados por boa parte da população como falácias para efeito meramente midiático.

Resta-nos saber até quando a prefeita Marianna Almeida continuará transferindo, na base da retórica, a inércia de sua gestão como responsabilidade de, supostas, ações inconsequentes da gestão anterior.

Até onde eu tenha conhecimento, uma administração virtual não constava no plano de governo da atual prefeita. Constava? Claro que não.

Então, creio que já está em tempo da nova gestão focar no futuro, dar andamento às obras e ações, principalmente na área da saúde (fator primordial de qualquer gestão) que se encaixam no princípio da continuidade administrativa.

Caso contrário, veremos mais à frente um deprimente cenário de frustração coletiva.

Deus queira que esta nossa percepção inicial esteja equivocada, até porque, de forma alguma, desejo que Pau dos Ferros fique paralisada no tempo novamente, como no período de 2013 a 2016.

Que o "filme" não se repita. Jesus tome de conta!