Oposição não consegue articular uma candidatura ao governo do RN; Fátima Bezerra segue confortável e Carlos Eduardo Alves tenta projeto individual.

Uma matéria publicada pelo jornalista César Santos, do Jornal de Fato, foi muito feliz em asseverar que a governadora Fátima Bezerra (PT) segue rumo à reeleição sem maiores dificuldades, enquanto a oposição sequer tem um candidato a governador.


Para observadores da cena política potiguar, não há fragilidade da oposição, mas conflito de interesses onde os projetos individuais e vaidade estão prevalecendo. É caso da disputa entre os ministros Rogério Marinho (PL), do Desenvolvimento Regional, e Fábio Faria (de saída do PSD), das Comunicações. Eles se enfrentam para ser o candidato a senador com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Por consequência, não conseguem construir um projeto de oposição para formar o palanque adversário da governadora.

O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), seria um nome que uniria parte importante da oposição, inclusive, o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), chegou a sugerir uma chapa com Ezequiel para governador e Rogério Marinho para senador. Teria o apoio do PSDB, Progressistas, Republicanos e PL, mas Ezequiel não se posicionou até aqui. Ele ainda não revelou, de público, qual será o projeto político-eleitoral este ano.

Por consequência, há incerteza se o presidente do Legislativo seguirá o governo ou a posição. A governadora tem dito que espera contar com o apoio de Ezequiel, como ocorreu no segundo turno das eleições de 2018.

Álvaro Dias tem sido apontado como outra possibilidade para ser o candidato a governador. Nos últimos meses de 2021, quando provocado a falar sobre o assunto, afirmava que não seria candidato a nada em 2022 e que o seu plano é cumprir os quatro anos de gestão na Prefeitura de Natal.

Mas, na primeira entrevista do ano, concedida ao jornal Tribunal do Norte, Álvaro não descartou a possibilidade de ser candidato, embora considere essa hipótese muito difícil. Ele admitiu que vem sendo estimulado, mas como o tempo está a seu favor, não tomou decisão. Para ser candidato nas eleições de outubro, ele precisa renunciar ao cargo de prefeito até o dia 2 de abril, conforme o calendário eleitoral.

Já o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), colocou o seu nome como pré-candidato a governador e a senador. Não é governista, nem oposicionista. Trata-se um projeto individual que ele tenta viabilizar e, se for convidado para compor chapa com a governadora Fátima Bezerra (PT), como nome ao Senado, ele aceita.

Carlos Eduardo não tem afinidade política com grupos e partidos de oposição. Ele não consegue dialogar com PSDB, PL, Republicanos, Progressistas, legendas que estão mais próximas do ministro Rogério Marinho, nem com o PSD, do ministro Fábio Faria e do ex-governador Robinson Faria; Podemos, do senador Styvenson Valentim; e MDB, dos seus primos Alves.

A governadora Fátima já disse que se o PDT quiser dialogar, o PT está aberto. A dificuldade, porém, é encontrar um vaga para Carlos Eduardo na chapa majoritária. A primeira opção do PT para o Senado é Jean Paul Prates, que tem o direito natural à reeleição, e a vaga de vice-governador está sendo negociada com o MDB, que poderá indicar o deputado federal Walter Alves, presidente estadual da sigla.

O PT ainda tem como parceiros o PCdoB, do vice-governador Antenor Roberto, e o PSB, do deputado federal Rafael Motta.